"Estrela brasileira no céu azul. Iluminando de norte a sul. Mensagem de amor e paz. Nasceu Jesus. Chegou o natal. Papai Noel voando a jato pelo céu. Trazendo um natal de felicidade. E um ano novo cheio de prosperidade. Varig, Varig, Varig."

Se você viveu nos anos 60, 70, 80, 90 e 2000 provavelmente já escutou essa música na época do natal. O jingle foi criado em 1963 pelo paulistano Caetano Zamma, um dos integrantes do grupo paulista de Bossa Nova, ao lado de Johnny Alf, Agostinho dos Santos e Maysa. Ele compôs cerca de 150 músicas, mas o jingle de natal da Varig é a sua canção mais conhecida. Ela foi gravada originalmente por Clélia Simone. Durante os anos a letra foi modificada, na letra original o verso “estrela das Américas” foi trocado para “estrela brasileira”.

Mas antes da década de 60, antes da televisão, a VARIG já fazia propaganda ...

OS DESBRAVADORES DC-3 E C-46

Após a Segunda Guerra Mundial, o Brasil e o mundo foram inundados com aeronaves excedentes da guerra. O mais famoso foi sem dúvidas o Douglas DC-3. Na VARIG ele operava desde voos internacionais, principais rotas domésticas, até inaugurar rotas pelo interior do país em aeroportos com infraestrutura precária. Outra aeronave originalmente militar operada em grande quantidade pela VARIG foi o Curtiss C-46. Ele era maior que o DC-3 e tinha uma versão de "Luxo" com menos assentos.

A VARIG modificou alguns C-46 colocando motores mais potentes. Essas unidades foram apelidadas de "Super 46"

SUPER CONSTELLATION

Com a entrada do Lockheed Super G Constellation, em 1955, a VARIG lançou vários anúncios exaltando as qualidades da aeronave e o serviço de bordo 5 estrelas. O Super Constellation passou a ser a maior e principal aeronave da VARIG para voos internacionais até a chegada dos jatos. Após os jatos, os Super Constellation passaram a operar nas principais rotas domésticas, trazendo um nível de conforto superior.

A partir da quarta unidade recebida pela VARIG em 1957, os Super G Constellation vieram equipados com tanques de combustível extra na ponta das asas, sendo assim capazes de voar mais longe sem precisar reabastecer. Essas unidades foram apelidadas de "Super Interconinental".

CARAVELLE 1 - O BRASIL NA ERA A JATO

Mais uma vez pioneira, a VARIG foi a primeira companhia aérea no Brasil a operar um jato. A companhia foi a terceira empresa no mundo a comprar o Caravelle, depois da Air France e SAS.

Em 1959 a VARIG inaugurou a era do jato no Brasil, com a chegada do Caravelle 1.

BOEING 707

A chegada do primeiro Boeing 707, em 1960, foi um grande marco na história da VARIG. O Boeing 707 foi sinônimo de voo internacional durante toda a década de 60 e também esteve presente nas rotas da companhia durante as década de 70 e 80.

Logo após a chegada do Caravelle, a VARIG trouxe para o Brasil o jato Boeing 707, no ano de 1960.

A compra da Real-Aerovias, em 1961, permitiu a expansão da malha internacional para Lima, Bogotá, Caracas, México, Los Angeles e Miami.
A primeira versão recebida pela VARIG foi o Boeing 707-440, equipado com motores Rolls-Royce Conway MK-508-40, os mais avançados da época. Em 1966 a VARIG começou a receber uma nova leva, porém dessa vez da versão Boeing 707-320C. Essa versão era ainda mais avançada, equipada com motores Pratt & Whitney JT3D-3, capaz de realizar voos mais longos.

"SEU CABRAL"

Com o fim da Panair do Brasil, a VARIG assumiu as suas rotas para a Europa. Inicialmente, as aeronave não tinham autonomia suficiente para realizar voos como Rio - Paris, Rio - Londres ou Rio - Frankfurt. Sendo assim a maioria dos voos para Europa fazia escala em Lisboa. Para divulgar os seus vôos para Lisboa, a VARIG encomendou um jingle para o compositor Arquimedes Messina. Chamada de “Seu Cabral”, a música faz alusão ao descobrimento do Brasil e contou com a voz da cantora portuguesa Hilda de Castro, que estava em turnê pelo Brasil. O jingle foi lançado em outubro de 1967 no rádio e logo depois ganhou uma versão para TV, em 1969. A música fez tanto sucesso que no ano seguinte virou marchinha de Carnaval.

URASHIMA TARO

Com o lançamento da rota para o Japão e animada com o sucesso do "Seu Cabral", a VARIG encomendou a Messina um jingle para divulgar o voo Rio-Tóquio. Aproveitando a famosa lenda japonesa surgiu a música “Urashima Taro” cantada pela apresentadora Rosa Miyake. Rosa gravou uma versão em português e uma em japonês. Inicialmente o jingle foi lançado no rádio, em 1968, depois em filme e finalmente em comercial de TV. Como aconteceu com “Seu Cabral”, “Urashima Taro” também se tornou marchinha de Carnaval no ano seguinte. A lenda de Urashima Taro conta a história de um pescador japonês que salvou uma tartaruga que estava sendo maltratada na praia. No dia seguinte, uma grande tartaruga se aproximou dele e lhe disse que a pequena tartaruga que ele salvara era a filha do Imperador do Mar. Como forma de agradecimento, ela permitiu que ele subisse em suas costas e o levou para um passeio no mar. Lá o pescador encontrou o imperador e sua filha, que agora era uma linda princesa. Urashima Taro ficou palácio. Embora feliz, ele começou a sentir saudades de sua terra natal e de seus parentes, e pediu para voltar. Porém ao partir, recebeu da princesa uma arca, com a promessa de só abrir quando ficasse bem velho. Ao chegar em sua cidade Taro descobriu que haviam se passado trezentos anos desde o dia em que havia ido ao fundo do mar. Tomado de grande tristeza, acabou abrindo a arca. Seu corpo tornou-se velho e enrugado, nasceu-lhe uma longa barba branca e suas costas curvaram-se com o peso de tantos anos. Do mar veio a voz da princesa e lhe disse que na arca estavam todos os seus anos.

   
Urashima Taro voltou para a TV com a Expo70 e na década de 80.

Urashima Taro em japonês.

 
Esse foi outro jingle, não tão famoso quanto o Urashima Taro e também gravado em português e japonês.