AERONAVES |
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Pensando sempre na inovação e no conforto para os seus passageiros, a VARIG foi a primeira companhia brasileira a encomendar aeronaves a jato em 1957, o Boeing 707 e o Caravelle. A Sud-Aviation fez um voo de demonstração do Caravelle em 24 de abril de 1957, em Porto Alegre para mostrar a aeronave para a VARIG. A aeronave impressinou positivamente Ruben Berta, o diretor Rudy Schaly, e quarto comandantes da companhia. A VARIG foi a terceira empresa aérea no mundo a encomendar o Caravelle, depois apenas da Air France e SAS.
O primeiro Caravelle I da VARIG, PP-VJC, ficou pronto no dia 31 de agosto de 1959 e foi entregue oficialmente para a companhia no dia 22 de setembro. A aeronave chegou em Porto Alegre no dia 24, onde os funcionários foram dispensados para poderem apreciar a nova aeronave. Em setembro a aeronave fez voos experimentais e só entrou em serviço regular em outubro.
O plano original era usar o Boeing 707 para a rota internacional para Nova Iorque e o Caravelle para as principais rotas domésticas. No entanto haviam muitas encomendas para o Boeing 707 e os jatos Caravelle chegaram antes. O Caravelle então foi preparado para operar a principal rota da VARIG, ligando Rio de Janeiro à Nova York. A aeronave passou a contar com apenas 40 assentos, em 10 fileiras em disposição 2 a 2. O primeiro voo decolou no dia 2 de outubro de 1959, na rota Porto Alegre - São Paulo (Congonhas) - Rio de Janeiro - Belém - Port of Spain - Nassau - Nova York. Com a introdução do jato, o voo que durava cerca de 25 horas, foi reduzido para 14 horas. A VARIG foi a primeira aérea a operar com jato puro no aeroporto de Idlewild, hoje denominado John Kennedy.
No dia 12 de dezembro de 1959, o segundo Caravelle, PP-VJD, começou a operar também na rota para Nova York. Os Caravelle então passaram a dividir a rota Rio - Nova York com os Super G Constellation, onde os Caravelle realizavam a rota 2 vezes por semana e os Super G Constellation também 2 vezes por semana, num total de 4 frequências semanais. No início o Caravelle tinha um pára-quedas para ajudar desaceleração no pouso, coisa comum nos aviões militares, mas era um problema recolhe-lo nos aeroportos. Posteriormente foram instaladas turbinas com reversível, que substituíram o pára-quedas.
Em 1960, com a chegada dos B707, os Caravelles passaram a realizar os voos da costa pacífica e, posteriormente voos na América do Sul e voos domésticos. As aeronave então foram reconfiguradas com 52 assentos, depois com 68 assentos e por fim com 73 assentos. As principais rotas operadas por essas aeronaves eram entre Rio de Janeiro, Porto Alegre, São Paulo, Campinas, Brasília e Belém. O Caravelle também operou nas rotas para Montevidéu, Buenos Aires, Lima, Bogotá, Santo Domingo e Miami.
No dia 27 de setembro de 1961, o PP-VJD sofreu um acidente em Brasília quando estava em procedimento de pouso. Nenhum passageiro ou tripulante ficou ferido, mas a aeronave teve perda total. Para substituí-lo, a VARIG adquiriu uma nova unidade, em dezembro de 1961, anteriormente operada pela Air Algerie, e batizada no Brasil como PP-VJI.
Apesar de fazer grande sucesso entre os passageiros, o Caravelle não se mostrou ideal para o mercado brasileiro naquele momento e acabou sendo aposentado em 1964, após apenas cinco anos de serviço na VARIG. O último voo regular ocorreu em novembro de 1963 e os Caravelle foram substituídas pelo Electra II, DC-6 e Convair 990A. O PP-VJC foi vendido em agosto de 1964 para a Air Vietnan e o PP-VJI para a Avensa em novembro de 1964.
Caravelle I ou Caravelle III? Os Caravelle recebidos pela VARIG eram do modelo I, porém todos eles foram convertidos para Caravelle III em 1961. A versão III possuía atualizações nos motores, que melhoraram a performance da aeronave.
Caravelle da Varig sendo fabricado
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