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No dia 22 de de junho de 1960 pousou no Galeão o primeiro voo da VARIG vindo de Nova York com o Boeing 707-441, equipado com quatro turbinas Rolls-Royce, que garantiam economia de combustível e mais alcance em relação as outras versões. Com o B707, a VARIG foi a primeira companhia a oferecer voos sem escalas entre o Rio de Janeiro e Nova York.
Em agosto de 1961 a VARIG comprou o consórcio Real-Aerovias-Nacional, que estava em dificuldades financeiras. Sendo assim, a VARIG se tornou líder no mercado doméstico e expandiu sua malha internacional para Lima, Bogotá, Caracas, México, Miami e Los Angeles. Com a compra do consórcio Real-Aerovias-Nacional, a malha nacional da VARIG passou a atender mais de 90 cidades no Brasil e a frota chegou a quase 100 aeronaves.
Pouco tempo mais tarde a VARIG passou a ser a líder também no mercado internacional, quando herdou as rotas para Europa da Panair do Brasil. Para isso, a companhia ampliou a sua frota de jatos intercontinentais, incorporando Boeing 707-300 e Douglas DC-8-33. A VARIG passou a atender vários destinos na Europa e Oriente Médio como Lisboa, Madrid, Roma, Paris, Frankfurt, Londres e Beirut, se consolidando como a maior companhia aérea da América Latina. A VARIG foi a única companhia aérea do mundo a operar os três jatos americanos da primeira geração: Boeing 707, Convair 990 e Douglas DC-8.
Porém, em dezembro de 1966, Ruben Berta morreu em sua mesa de trabalho. Em seu lugar entrou o carioca Erik Kastrup de Carvalho, que anteriormente trabalhava na Panair. Erik continuou a expansão internacional da VARIG, que chegou do outro lado do mundo em 1968, quando lançou a linha para Tokyo. Para o mercado nacional, a VARIG trouxe os velozes e silenciosos quadri-motores Lockheed Electra II. Eles substituíram os Convair 240 e Caravelle 1 nas principais rotas domésticas, incluindo a Ponte Aérea Rio de Janeiro - São Paulo. Outra medida foi a padronização da frota, que ganhou diversas aeronaves depois da aquisição do consórcio Real-Aerovias-Nacional. Até o final da década, os Douglas DC-6, Convair 240/340/440 e Lockheed Super H Constellation foram retirados de operação, assim como cerca de metade da frota de Douglas DC-3. Entretanto, a VARIG foi obrigada a receber aeronaves que não queira, mas haviam sidas anteriormente encomendadas pela Real como o Convair 990 e o Lockheed Electra II.
No final da década, a VARIG também selecionou o substituto do DC-3, o HS-748, também conhecido como "Avro". Uma unidade foi operada em caráter experimental entre 1965 e 1966. A VARIG também analisou outras opções como o Beechcraft 99, FH-227 e o Fokker 27. O primeiro HS-748 entrou em operação comercial em 1968, passando a substituir o DC-3 nas rotas regionais, principalmente no Rio Grande do Sul.
Chegada do primeiro Boeing 707 (PP-VJA) e serviço de bordo na 1º
Classe do Boeing 707. (Museu VARIG)
Comissárias da VARIG em 1960 / Interior do Lockheed Electra II
Embarque da VARIG no Aeroporto Internacional do Galeão no Rio de
Janeiro - Anos 60 (Museu VARIG)
Como era voar nos anos 1960? Eram os “anos dourados” da aviação, voar era muito chique e muito caro. O slogan: “VARIG, a forma elegante de voar”. Mesmo que fosse verão, os passageiros vestiam os seus melhores ternos e as passageiras os seus melhores vestidos, que ainda podiam incluir luvas e chapéu. Para a recepção a bordo era servido champanhe francês ou uísque escocês para todos os passageiros, incluindo os da classe econômica. As aeromoças sorridentes e elegantes, com uniformes desenhados por grifes famosas, acendiam as piteiras dos passageiros. Assentos largos e com distância de pelo menos um metro do da frente. A grande atração era a hora de comer: na Primeira Classe, caviar e cascatas de camarões. Na Classe Econômica duas opções de prato quente, além da entrada, queijos, sobremesa e bebidas como café, licores, vinhos e sucos. Na Primeira Classe, o passageiro tinha à sua disposição um verdadeiro restaurante cinco estrelas. Para todos os passageiros, toalhas quentes para higiene, tolha de mesa e guardanapos de linho, talheres de prata e copos de cristal.
Se o glamour continuava como sempre, o tempo de viagem mudou bastante nos anos 60. Com a introdução dos jatos, o tempo das viagens foram reduzidas para menos da metade. A linha mais glamorosa da VARIG, Rio de Janeiro - Nova York, que antes era feita com o Super G Constellation e durava cerca de 25 horas, foi reduzido para apenas 9 horas com o Boeing 707. E o melhor, o voo era direto, nada de duas ou três escalas no meio do caminho. Isso dava uma grande vantagem para a VARIG em relação a sua rival na rota, a Pan Am. Os Boeing 707 da VARIG eram da versão 440, equipados com motores mais potentes e capazes de fazer a rota sem escalas. Já os Boeing 707 da Pan Am eram equipados com motores Pratt & Whitney e precisavam fazer uma escala, fazendo com que o voo demorasse mais tempo. Além da vantagem no tempo, a VARIG ainda oferecia o seu serviço de bordo inigualável e uma configuração interna extremamente confortável, com 48 assentos na Primeira Classe, 60 na Classe Econômica, um salão de estar, seis banheiros e um lavatório. No entanto operar a rota mais longa na aviação comercial até então não era fácil. Os Boeing 707 operavam no limite de sua capacidade, com tanques de combustível enchidos ao máximo (sacrificando capacidade de carga) e precisavam usar todo o comprimento da pista do Aeroporto Internacional do Galeão no Rio de Janeiro, a pista mais longa do Brasil. Mesmo assim o Boeing 707 ainda não conseguia ganhar altura suficiente para ficar acima do tráfego do Aeroporto Santos Dummont e por isso o tráfego desse aeroporto era interrompido durante as partidas do voo da VARIG para Nova York.
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Refeição Classe Econômica / Interior do Boeing 707
Década de 60 |
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Evolução da frota:
Mapa de rotas internacionais da VARIG em 1968
EM FOCO: Varig e a rota para Nova York
A
primeira rota internacional de longo curso da VARIG foi
para Nova York, inaugurada em julho de 1955. Desde então
essa foi a rota mais importante da empresa até o fim dos
voos para Nova York em 2006. A primeira aeronave a
realizar a rota foi o Super G Constellation, que
juntamente com o Douglas DC-7, era o quadrimotor mais
avançado da época. Porém diferentemente do DC-7, o Super
Constellation também ficou famoso pela sua beleza e se
tornou o maior ícone do glamour da aviação nos anos 50.
Projetado para transportar mais de cem passageiros, na
VARIG ele tinha uma configuração ultra confortável com
pouco mais de 60 assentos. O voo demorava nada menos que
25 horas e fazia escala em Belém e Trujillo.
Inicialmente o voo era feito duas vezes por semana e até
o final da década de 50 a VARIG dobrou a frequência,
passando a voar quatro vezes por semana entre o Rio e
Nova York. |