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“O passageiro não depende de nós, nós dependemos dele. Não fazemos nenhum favor em atendê-lo, ele sim presta um grande favor quando nos procura para servi-lo.” Ruben Berta
Até o momento, a maioria da frota da VARIG era composta de aeronaves alemãs e, com a Segunda Guerra Mundial, se tornava cada vez mais difícil conseguir peças para essas aeronaves, forçando assim uma renovação da frota. A primeira nova aeronave adquirida foi o De Havilland Dragon Rapide, de origem inglesa. Com ele a VARIG iniciou o seu primeiro voo internacional entre Porto Alegre e Montevidéu, no dia 5 de agosto de 1942.
Além da renovação da frota, a entrada do Brasil na Guerra fez com que Otto Meyer se afastasse da empresa para protegê-la, já que ele era de origem alemã. Em seu lugar assumiu o gaúcho Rubem Martin Berta, o primeiro funcionário da VARIG, contratado pelo próprio Otto Meyer. Rubem Berta começou a trabalhar com 19 anos na companhia e se tornou presidente em dezembro de 1941. O sonho de Berta era ver a VARIG dar a volta ao mundo, mas a sua mais ousada e inovadora contribuição para empresa foi a criação da Fundação de Funcionários da Varig, que depois foi renomeada para Fundação Rubem Berta. Todos os funcionários da companhia pertenciam à fundação, que passaria a deter 50% da empresa. A principal inspiração para a criação da Fundação foi a obra do Papa Leão XIII "Rerum Novarum", que propunha uma estrutura social onde parte dos lucros fossem divididos entre os funcionários, reduzindo assim a desigualdade social entre ricos e pobres. Ruben Berta também se inspirou na obra de Jean-Jacques Rousseau "O Contrato Social" e o "Quadragesimo Anno" de Pio XII. A Assembléia Geral, em 1945, aprovou por unanimidade a transferência das ações e a criação da Fundação de Funcionários da Varig. O Artigo 1º da Fundação definia que esta foi criada para assegurar o bem-estar social e benefícios para todos os funcionários da VARIG e suas famílias.
Em 1943 a VARIG encomendou oito Lockheed Electra I para a sua expansão e renovação da frota. Foi com o Electra I que teve inicio a padronização da frota e o serviço de bordo na VARIG. Uma caixa de lanches frios era distribuída aos passageiros pelo copiloto, pois na época não existiam comissários. O Electra I também tornaram as viagens mais rápidas. Essas aeronaves podia viajar a mais de 300 km/h, o dobro dos Junkers.
Após o fim da Segunda Guerra Mundial, a VARIG passou a adquirir uma grande quantidade de aeronaves remanescentes da Guerra: Douglas DC-3/C-47 e Curtiss C-46. O primeiro DC-3 foi incorporado em 1946. Os DC-3 operaram em praticamente todas as linhas da VARIG, incluindo para Montevidéu e Buenos Aires, e foram os responsáveis pela expansão da malha da empresa para além do estado do Rio Grande do Sul. No dia 27 de agosto de 1946 foi inaugurada a linha Porto Alegre - São Paulo - Rio de Janeiro, com o Douglas DC-3. Nos anos 40 a VARIG também expandiu suas rotas para cidades no interior de Santa Catarina e Paraná, além das capitais Florianópolis e Curitiba.
O primeiro Curtiss C-46 foi incorporado na frota da VARIG em 1948. Eles eram maiores do que o DC-3 e tinham três configurações básicas: Luxo, Mista e Cargueiro. A versão Luxo tinha assentos maiores e mais confortáveis, e por isso os voos operados com essa configuração tinham uma tarifa mais cara. O Curtiss C-46 versão Cargueiro foi a primeira aeronaves puramente cargueira operada pela VARIG. Nessa época o transporte de cargas via aérea ainda estava se desenvolvendo e permitiu coisas antes impossíveis como poder entregar um jornal no mesmo dia em outra região do país ou transportar alimentos extremamente perecíveis.
Década de 40 |
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Evolução
da frota:
Mapa de rotas nos final dos anos 40 / De Havilland Dragon Rapid
Douglas DC-3 / Interior do DC-3
Curtiss C-46 / Interior do C-46
COMO ERA VOAR NOS ANOS 1940? Nos anos 40 a aviação brasileira começou a amadurecer. A VARIG adquiriu aeronaves mais modernas e que ofereciam mais conforto para os passageiros. O Messerschmitt M20 foi o primeiro a ter cabine de comando fechada. Nessa época também iniciou o conceito de padronização da frota, com aeronaves Lockheed Electra I. Foram nos anos 40 também que se iniciou o serviço de bordo na VARIG, uma caixa de lanches frios era distribuída aos passageiros pelo co-piloto, pois na época não existiam comissários. A partir de 1946 iniciou-se uma nova era na aviação comercial com a entrada do Douglas DC-3. Essa aeronaves revolucionaram a aviação em todo o mundo por serem baratas e extremamente versáteis. O DC-3 fez com que várias rotas se tornassem viáveis e lucrativas. Após o fim da Segunda Guerra Mundial, milhares de unidades da versão militar do DC-3 (C-47) foram convertidas para a aviação comercial. A grande oferta tornou o DC-3 uma aeronave extremamente barata, passando a fazer parte da frota de quase todas as companhias aéreas no mundo, além de ser responsável pelo surgimento de centenas de novas companhias aéreas. O mesmo aconteceu no Brasil, o DC-3 esteve presente na frota de praticamente todas as companhias aéreas e ainda deu viabilidade para o surgimento de novas companhias aéreas. Com o excesso de oferta, a VARIG e outras companhias aéreas começaram a enfrentar uma competição mais acirrada no mercado doméstico, levando à queda no preço das passagens.
Em 1948
chegou o primeiro Curtiss C-46, até então a maior
aeronave já operada pela VARIG, capaz de levar até 46
passageiros. A partir daí o DC-3 e o C-46 passaram a ser
as principais aeronaves da frota da VARIG e os que a
companhia tinha em maior quantidade. Os dois modelos
também foram uns dos que ficaram mais tempo na frota da
companhia, operando por cerca de 25 anos. |