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Em 1930 a Condor Syndikat saiu da sociedade e a VARIG teve que devolver o Atlântico e o Gaúcho. Sem aeronaves para transportar passageiros, a VARIG buscou ajuda com o governo do Rio Grande do Sul. A companhia ganhou um terreno para construir um hangar e adquiriu novas aeronaves Junkers. A era dos hidroaviões havia ficado para trás e a aviação brasileira entrava na era dos monomotores terrestres. Para tal, a VARIG construiu pistas de pouso e decolagem em cidades do interior do Rio Grande do Sul. Nessa época os campos de aviação eram simples áreas demarcadas, sem qualquer balizamento.
Com os Junkers a VARIG expandiu suas linhas para todo o estado do Rio Grande do Sul, chegando em Livramento, Santa Cruz, Cruz Alta e Santana do Livramento. Com a expansão para as cidades do interior, os pilotos da VARIG criaram uma maneira inusitada de se guiar. Para saber se estavam na rota certa, eles observavam se os animais se assustavam ou não com o barulho do motor da aeronave. Se eles se assustavam, era sinal de que não estavam acostumados com o barulho e então estavam na rota errada. Se os animais eram indiferentes, estavam na rota certa.
A estrela da frota nos anos 30 chegou em 1937, era o Junkers JU52. Capaz de transportar 17 passageiros, a aeronave era um “Jumbo” para época e só entrava em operação quando havia passageiros suficientes. Também em 1937 teve inicio o sistema de radiocomunicação, aumentando a segurança e eficiência nos voos comerciais. Para isso era necessário a instalação de equipamentos nas aeronaves e a construção de estações transmissoras terrestres.
Década de 30 |
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Junkers F-13 / Junkers JU-52
Aeroporto de São João - Porto Alegre / Hangar da VARIG
COMO ERA VOAR NOS ANOS 1930? Nos anos 30 a aviação brasileira entrou na era dos aviões terrestres. A VARIG foi responsável pela construção do primeiro aeroporto no Rio Grande do Sul. Mesmo assim ainda vivíamos uma fase heróica, onde a aviação no país estava engatinhando. Nessa época a maioria das aeronaves operadas no Brasil eram de origem alemã e a dificuldade já começava com a língua, pois tudo era em alemão.
O voo era
todo visual, seguindo referências no solo, onde ajudava
muito o nome das cidades escrito nos telhados das
estações ferroviárias. Quando as condições
meteorológicas impediam a navegação por contato, o voo
prosseguia quase às cegas: os pilotos subiam e se
orientavam por uma bússola e um relógio de bolso. O
comandante Franz Xavier Greiss usava técnicas para se
orientar quando a visibilidade era nula. Greiss colocava
a cabeça para fora da cabine para sentir o cheiro no ar.
Se ele conseguisse sentir o cheiro de carvão, ele sabia
que estava sobrevoando as minas de Arroio dos Ratos ou
Butiá. Outra vez, num voo para o Uruguai, ele
furou a camada de nuvens e viu um pasto cheio de cabeças
de gado. Concluiu que a rota estava certa e o campo de
pouso próximo, pois o gado continuou pastando
tranquilamente, sinal que estava acostumado com o
barulho do avião. |