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Nos anos 40 havia uma tendência de estatização do setor aeronáutico, com a possibilidade de criação de uma espécie de “aerobrás”. Como forma de proteger a VARIG e seus funcionários, Ruben Martin Berta, então presidente da empresa, levou à assembleia geral de acionistas da empresa a ideia de se constituir uma fundação para prestação de benefícios sociais aos empregados da empresa e que, ao mesmo tempo detivesse seu controle acionário. Inspirado nas encíclicas papais Rerum Novarum e Quadragesimo Anno e na obra de Jean-Jacques Rousseau, O Contrato Social, Berta imaginou uma forma de capitalismo social “em que ninguém ganha e que todos ganham”.
Sendo assim, por iniciativa do então presidente da empresa surge, em 1945, a Fundação de Funcionários da VARIG, com estrutura e finalidade inéditas no país: prover benefícios àqueles funcionários e familiares, preferencialmente com recursos advindos da lucratividade da empresa. Para isso, Berta convenceu os acionistas a doarem 50% das ações da empresa para a Entidade, mais uma dotação em dinheiro próxima ao valor dessas ações, para que a Fundação pudesse entrar em operação imediatamente. Ao longo dos anos, aumentou essa participação acionária até controlar 87% do capital votante da empresa. A primeira assembleia da Fundação ocorreu no dia 29 de dezembro de 1945.
Por que
uma fundação?
Fundações são pessoas jurídicas diversas das sociedades civis e
mercantis. Uma fundação não é uma associação de pessoas, mas um
patrimônio com uma finalidade de utilização. Não pode, portanto, se
dissolver entre os participantes, pois estes não são cotistas ou
proprietários de uma fração.
No início, todos os funcionários e aposentados da VARIG eram filiados à Fundação. E depois todos os funcionários do grupo, inclusive os da própria Fundação, passaram a ser filiados.
Em 1966 após a morte de seu criador, a entidade mudou seu nome para Fundação Ruben Berta. Em 1999 foi criada a holding FRB-Par Investimentos Ltda. para administrar sua participação acionária nas diversas empresas que compõem o Grupo VARIG. E em 2000 foi criada a holding FRB-Par para gerir as empresas controladas pela Fundação Ruben Berta, responsáveis por gerar os recursos para os benefícios que concede.
O Conselho de Curadores acumula a função de Conselho de Administração da holding, indicando os membros dos Conselhos de Administração das empresas do grupo. Os resultados financeiros destes investimentos serão recursos que a Fundação utilizará para a concessão de benefícios aos seus filiados e seus dependentes.
Círculo
Virtuoso
A experiência socializante da Fundação Ruben Berta é a mais
bem-sucedida de que se tem notícia no Brasil. Em vez de repartir as
ações da empresa – ou seus lucros e prejuízos – com os empregados do
Grupo FRB-Par, a Fundação socializa os resultados dessa
lucratividade. Os dividendos que recebe são revertidos aos filiados
em forma de benefícios sociais. O artigo primeiro do Estatuto prevê
uma série de benefícios visando cobrir lacunas no atendimento das
necessidades dos beneficiários, e vem sofrendo adaptações, na medida
em que essas necessidades também se modificam. A Fundação provê
benefícios e auxílios, firma convênios e mantém uma estrutura de
serviços médicos, de nutrição, serviço social e atividades
desportivas e culturais. Com essa atuação, a Fundação promove uma
melhoria na qualidade de vida dos funcionários do Grupo FRB-Par,
aumentando sua motivação e comprometimento. Isso permite que as
empresas busquem o aumento de produtividade, cujos resultados virão
a se constituir em mais recursos para a prestação dos benefícios. É
o chamado Círculo Virtuoso da Fundação Ruben Berta: quanto mais bem
atendido estiver o funcionário, melhor poderá produzir; quanto
melhor produzir, mais resultados a empresa terá; quanto mais
resultados, mais recursos para atendimento do funcionário. Um ciclo
sem fim nem começo que beneficia a todas as partes.
Filiado: Cliente e Dirigente
Numa época em que muito se falam e se estudam os modelos de gestão
empresarial, a Fundação Ruben Berta aparece como um caso único de
sistema de governança. Se, por um lado, o filiado da Fundação é um
cliente de todos os benefícios e serviços que a Entidade opera, por
outro ele é um potencial dirigente. Quem completa 10 anos de serviço
pode concorrer a uma cadeira no Colégio Deliberante, órgão máximo da
Fundação Ruben Berta. Nos primeiros 50 anos da Fundação, o Colégio
Deliberante elegeu os presidentes da VARIG, enquanto estes
acumularam o cargo com a presidência da Entidade. Em 1995, o Colégio
Deliberante escolheu dentre seus membros o primeiro Conselho de
Curadores da Fundação. Sua função é administrar a Entidade e a
FRB-Par Investimentos Ltda., holding para a qual foram transferidos
os bens mobiliários da Fundação.
Em 2002 a Fundação lançou o seu novo logo, se dissociando do logo da VARIG.
Quem
criou a Fundação?
Filho de Martin Felix Berta e Helena Maria Lenz, Ruben Martin Berta
nasceu em Porto Alegre em 5 de novembro de 1907. A infância e a
adolescência seguiram o padrão das famílias da modesta classe média
porto-alegrense, de origem alemã e luterana. No início de 1927, já
freqüentava o curso de medicina quando, por necessidade do sustento
familiar, resolveu atender a um curioso anúncio de emprego de uma
companhia de aviação comercial em implantação, a S.A. Empresa de
Viação Aérea Rio-Grandense. Dentre os poucos candidatos que
apareceram, o jovem Berta foi o escolhido. Aos dezenove anos,
tornou-se o primeiro funcionário da VARIG. Segundo Otto Meyer,
fundador da companhia, Berta nada lhe perguntou sobre salário,
tarefas ou extensão da jornada de trabalho. Apenas aceitou o emprego
e o desafio. A empatia parece ter sido imediata. Atração pelo
pioneirismo do empreendimento ou pelo velho fascínio humano de voar?
As duas coisas, provavelmente. Começava aí uma história que Ruben
Berta e a VARIG viveriam juntos por quarenta anos.
“A Varig não é, nem a Fundação alguma vez poderá sê-lo, uma espécie de Santa Casa de Misericórdia. A primeira precisa concorrer nos mercados através da eficiência; a segunda só pode ajudar os outros a ajudar a si mesmos.”
Berta (esq.) com Otto Meyer,
fundador da VARIG, na década de 60
Missão:
Promover o bem-estar dos seus beneficiários com ações direcionadas à melhoria da qualidade de vida, constituindo-se em elemento de motivação e de comprometimento dos funcionários para com a Entidade e a empresa em que trabalhem. Ser modelo de gestão participativa e referência de mercado como estrutura fundacional, investidora e controladora de empresas, ágil e eficaz na prestação de serviços, voltada ao bem-estar de seus beneficiários.
Para
tanto, deverá:
Intensificar cooperação com clientes, organizações e profissionais;
Ser percebida como fator diferencial pelos clientes de suas
empresas;
Ser a melhor opção de atendimento para as necessidades individuais e
corporativas, antecipando-se às mesmas e superando as expectativas
dos clientes;
Ser uma organização ágil, empreendedora, inovadora e revolucionária
em processos, com estrutura e custos adequados, autonomia gerencial,
voltada para resultados e atenta às exigências de mercado;
Possuir valores éticos que inspirem seus funcionários a praticarem
os mesmos valores, sendo modelo para as empresas nas quais detenha
participação no capital;
Valorizar seus profissionais em todos os seus aspectos,
desenvolvendo-os e tornando-os co-responsáveis por todo o processo,
objetivando sua realização pessoal e profissional.