Biguá: 1927-1930
O Biguá foi a primeira logomarca da VARIG, porém durou apenas três
anos. O Biguá é a maior ave palmípede do Rio Grande do Sul e costuma
ser encontrada em lagos como a Lagoa dos Patos, onde a VARIG fez a
sua primeira rota ligando Porto Alegre, Pelotas e Rio Grande. Desse
modo, o símbolo da VARIG podia ser encontrado no mesmo habitat de
seus hidro-aviões Dornier “Atlântico” e “Gaúcho” e assim os aviões
da VARIG e os Biguás dividiam o mesmo espaço, voando e aterrissando
no Lago dos Patos.
O Biguá se alimenta de peixes e por isso é um excelente pescador, sendo capaz de ficar até dois minutos submerso na água. Assim como os aviões da VARIG, o Biguá possui “tecnologia avançada” que permite atingir altas velocidades no mergulho ao liberar todo o ar de suas penas quando mergulha e liberar a água quando volta à tona.
Ícaro: 1930-1996
Em 1930 o Biguá foi substituído pelo Ícaro. O Ícaro é uma famosa
lenda da mitologia grega. Ele era filho Dédalo, um grande inventor,
que criou asas com cera de abelha e penas de gaivota para que ele e
seu filho pudessem fugir da ilha de Creta. Seu pai alertou seu filho
para que não voasse muito alto, mas Ícaro ficou encantado com a
possibilidade de voar e vou cada vez mais alto e mais alto e mais
alto, até o Sol começou a derreter a cera em suas asas. Como
consequência, Ícaro caiu no mar.
A VARIG escolheu o Ícaro por representar o sonho e a ousadia do ser humano em voar. Inicialmente o logo era circunscrito em três círculos com as cores da bandeira do Rio Grande do Sul (verde, amarelo e vermelho). Depois os círculos saíram e o Ícaro passou a carregar a bandeira do Brasil. Com a chegada dos Super G Constellation, em 1955, o Ícaro sofreu uma nova mudança, a bandeira do Brasil foi retirada e o Ícaro passou a ficar dentro de um circulo preto.
Em 1961 o Ícaro foi substituído pela Rosa dos Ventos, mas continuou estampado na parte da frente da fuselagem de todas as aeronaves da VARIG até 1996.
Rosa
dos Ventos: 1954-2006
A famosa Rosa dos Ventos,
foi criada pelo gaúcho Nelson Jungbluth. Ele trabalhou na VARIG
durante 35 anos como supervisor visual em anúncios, folhetos, menus
e cartazes. Apesar de criada em 1954, a Rosa dos Ventos só começou a
aparecer na fuselagem dos aviões da VARIG em 1961, após a compra da
Real-Aerovias-Nacional. A nova pintura da VARIG ficou tão bonita que
durou mais de quarenta anos sem nenhuma alteração e foi eleita como
a melhor pintura do mundo.
Em dezembro de 1996, depois de mais de quarenta anos sem nenhuma alteração, a identidade visual da VARIG foi atualizada. A reformulação da marca foi feita pela empresa Landor Associates, que também ficou responsável por criar uma nova marca para as subsidiárias Rio Sul e Nordeste. A rosa dos ventos foi reestilizada, ganhando as cores amarelo e dourado, o nome “Varig” ganhou um tom de azul mais escuro e uma assinatura característica com o nome "Brasil".
Pintura nas Aeronaves:
Dornier "Atlântico" - primeira aeronave da
VARIG
Em 1927 a aviação comercial estava iniciando no Brasil. Nessa época, ainda não era comum a pintura das aeronaves. As primeiras aeronaves da VARIG não receberam nem o logotipo do Biguá e nem o nome "VARIG" na fuselagem, apenas o nome de batismo e a matrícula da aeronave. O Dornier Wal, primeira aeronave da VARIG, foi batizado de "Atlântico" e foi a primeira aeronave comercial do Brasil, a sua matricula foi P-BAAA.
Junkers A50 - anos 30
O logotipo da VARIG foi impresso na fuselagem de uma aeronave pela primeira vez em 1931 com a chegada dos Junkers A-50. Nessa época o logotipo da VARIG já era o Ícaro envolto em um círculo. Abaixo do Ícaro estava o nome "VARIG" em caixa alta. Porém os maiores destaques da aeronave continuavam sendo a matrícula e o nome de batismos, os dois escritos em letras gigantescas na fuselagem das aeronaves. O logotipo e o nome "VARIG" ficavam, geralmente, discretamente localizados na cauda do avião. Em outras aeronaves, como os Junkers F-13, por exemplo, na cauda era escrito o nome da aeronave e o logotipo da VARIG ficava nas laterais fuselagem, em tamanho bem pequeno.
Junkers F13 - anos 30
A primeira aeronave a receber a nova versão do Ícaro - sem um círculo e carregando a bandeira do Brasil - foi o De Havilland Dragon Rapid DH89A, em 1942. Foi também o DH89A a primeira aeronave a receber de fato uma pintura na fuselagem. Agora, além da matrícula e do nome de batismo, as aeronaves da VARIG recebiam uma linha grossa preta nas laterais da fuselagem, logo abaixo das janelas. O "nariz" do avião também era pintado de preto.
De Havilland Dragon Rapid - anos 40
A pintura sofreu uma pequena modificação com a chegada os "Electrinhas" em 1944. Agora ao invés de uma linha grossa, eram duas linhas mais finas: uma em cima das janelas e outra em baixo, e somente a parte de cima do "nariz" era pintado de preto. E com a chegada dos Douglas DC-3 e , mais uma modificação. Ao invés de uma linha em baixo, passaram a ser duas linhas ainda mais finas em baixo das janelas.
Curtiss C-46 - anos 40
A pintura da VARIG sofreu uma grande mudança em 1954/1955, com a chegada dos Convair 240 e Lockheed Super G Constellation. Agora a VARIG se tornava uma companhia aérea internacional com os voos entre o Rio de Janeiro e Nova York. Pela primeira vez as aeronaves da VARIG ganharam cores. O nome de batismo na fuselagem foi extinto, mas a matrícula foi mantida. O Ícaro carregando a bandeira do Brasil continuava na cauda, agora um pouquinho maior, com o nome "VARIG" logo abaixo. A cauda também ganhou a bandeira do Brasil colorida. Nas laterais da fuselagem, ao invés das meras linhas pretas, agora uma faixa em azul na altura das janelas com duas linhas brancas finas no meio. O nome "VARIG" foi colocado logo acima da faixa azul em letras grandes. Somente a "pontinha" do nariz da aeronave continuou preto. Para completar, o Ícaro aparecia novamente, envolto num círculo nas laterais da fuselagem.
Lockheed Super G Constellation e Caravelle
1 - década de 50
Com a chegada dos jatos, em 1959 e 1960, a pintura da VARIG sofreu mais uma alteração. O Ícaro agora não segurava mais a bandeira do Brasil, ao invés disso estava envolto em um círculo preto. A matrícula da aeronave ficou mais discreta, em letras menores, no final da fuselagem e logo acima da faixa em azul. O nome "VARIG" ganhou uma fonte com letras mais grossas e, nas laterais da fuselagem, a bandeira do Brasil coloria. O avião também tinha a bandeira do Brasil em cores em cima da cauda. O Ícaro nas laterais da fuselagem, passaram a ficar ao lado da porta dianteira da aeronave. A barriga das aeronaves passaram a ser de metal natural, dando um toque brilhante para a aeronave.
Convair 990 (1961) e Boeing 707 (1960)
O primeiro Boeing 707-400 da VARIG, o PP-VJA, teve uma pintura especial. Na cauda havia uma faixa em azul com o Ícaro no meio, escrito "Boeing 707" em preto acima da faixa e "Intercontinental" em vermelho abaixo. As turbinas também ganharam duas faixas em vermelho, na frente e atrás.
Boeing 707-400 - década 60
Em 1961, após a compra da Real-Aerovias-Nacional, a famosa Rosa dos Ventos foi introduzida nas aeronaves da VARIG. As primeiras aeronaves a recebê-las foram os DC-6, Electra II, Convair 990A e DC-8-33. A primeira aeronave a vir diretamente de fábrica com a nova pintura da VARIG foi o Boeing 707-300, PP-VJR. No novo padrão, a bandeira do Brasil na cauda foi extinta e no lugar do Ícaro, foi estampado a rosa dos ventos. A nova pintura rendeu à VARIG o título de melhor pintura do mundo.
Em 1974, com a chegada do primeiro wide-body DC-10 e do Boeing 737-200, a pintura da VARIG ganhou o nome "Brasil" escrito ao lado da bandeira do Brasil nas laterais da fuselagem. Algumas aeronaves ganharam alguns detalhes em vermelho. Os DC-10-30 tinham o nome "DC-10-30" escrito na cauda em vermelho, abaixo da roda dos ventos e do nome VARIG e logo abaixo a palavra "Intercontinental" também em vermelho. Os Boeing 737-200ADV, tinham escrito nas laterais no final da fuselagem "737-200 Super Advanced" em vermelho. Todas as aeronaves cargueiras eram identificadas pela palavra "CARGO" escrita em caixa alta e em vermelho ao lado do nome VARIG nas laterais da fuselagem. Foi na década de 70 também que a pintura da VARIG ganhou uma variante mais simples, ao invés da barriga ser em metal, elas também podiam ser pintadas de cinza claro.
Douglas DC-10 e Boeing 737-200 - década de 70
Com a Ponte Aérea Rio de Janeiro - São
Paulo, os Electra II da VARIG passaram a ser as únicas aeronaves a
operar nessa rota. Como não era só a VARIG que fazia parte do pool,
os Electras passaram a não ter a rosa dos ventos e o nome "VARIG"
escrito na fuselagem.
O Douglas DC-10-30 foi a primeira
aeronave da VARIG a ganhar uma pintura especial. Ela foi feita em
1994 para a Copa do Mundo de Futebol.
Apesar de ter sido a pintura mais duradoura, ela sofreu variações ao longo do tempo e de acordo com a aeronave. No Convair 990A por exemplo não havia o nome "Brasil", nos Avros a matricula era pintada de forma grande, nos DC-10s o espaço entre as letras da palavra "VARIG" eram maiores, no Boeing 747 o Ícaro não ficava dentro da faixa azul e a palavra "VARIG" era pequena em relação a fuselagem.
Em dezembro de 1996, um Boeing 747-300 foi a primeira aeronave da VARIG a apresentar a nova identidade visual da empresa. Agora em um tom de azul mais escuro, rosa dos ventos em amarelo e dourado e a assinatura "Brasil" personalizada ao lado do nome "VARIG". A nova pintura possuía a barriga, turbinas e cauda em azul escuro, a nova rosa dos ventes na cauda e o logotipo "VARIG" iniciando na parte da frente das laterais da fuselagem. O nome VARIG na cauda foi extinta. A bandeira do Brasil nas laterais passou a ficar ao lado da matrícula da aeronave, em tamanho bem menor.
A primeira aeronave a receber a nova
pintura, dezembro de 1996.
Boeing 767-300ER - década de 90
Com a nova identidade visual, a VARIG
Cargo também apresentou uma nova pintura.
Com o passar do tempo, a pintura recebeu
algumas variações como a versão com "barriga" branca e a versão com
turbinas e barriga branca.
Em 1997, com a entrada da VARIG na Star
Alliance, um Boeing 747-300 foi pintado com uma pintura especial. Em
1998, um Boeing 767-200ER também recebeu a mesma pintura especial.
Na Copa do Mundo de Futebol de 1998, um
MD-11 e um Boeing 737-300 ganharam uma pintura especial.
Em 2000, para comemorar os 500 anos do
Brasil, um Boeing 767-300ER ganhou uma pintura especial.
Na Copa do Mundo de Futebol de 2002, um
Boeing 767-200ER e um Boeing 737-300 receberam uma pintura especial.
Em maio de 2002, a VARIG completou 75
anos e um Boeing 777-200 e um Boeing 737-300 receberam uma pintura
especial.
Em 2004, um MD-11 recebeu uma pintura
especial da Star Alliance. Mas tarde, outro MD-11 ganhou uma pintura
especial, dessa vez totalmente branca. Um Boeing 767-300ER também
ganhou a versão branca da pintura especial.
Em 2003/2004, com a fusão entre a VARIG, Rio Sul e Nordeste, a pintura foi novamente modificada. Agora o nome "VARIG" passou a ficar estampado em letras gigantecas nas laterais da fuselagem e a assinatura "Brasil" passou a ficar em baixo. Houve também uma pequena alteração na linha que divide a parte branca, da barriga azul. Antes havia uma faixa azul claro e azul escuro dividindo as duas partes, agora há uma faixa azul claro somente, além de um "recuo" para a assinatura "Brasil".
Em 2003 houve uma pintura experimental
em uma dos Boeing 737-500 da Rio Sul. A ideia era manter a marca Rio
Sul para uma subsidiária "low cost, low fare", competindo
diretamente com a Gol. Porém a ideia não foi para frente.
Assim como a pintura anterior, houve a
versão com a "barriga" branca e a versão com as turbinas e barriga
branca.
Em 2004, com o fim da Rotatur, a VARIG
lançou a "VARIG Charter" em parceria com a empresa portuguesa Euro
Atlantic.
Em 2004 também foi lançada uma pintura
especial no Boeing 737-700, PR-SAG, do tradicional jingle "Varig,
Varig, Varig".
Na Copa do Mundo de Futebol de 2006, um
MD-11 e um Boeing 737-300 receberam uma pintura especial. Essa foi a
última pintura especial da VARIG.
Outra mudança sutil foi a
faixa que separa a parte branca da azul escuro, antes num padrão
e depois uma linha sólida em azul mais claro.