ÍCARO BRASIL Nº 227, 228, 229, 230,
231 e 232
- Julho, Agosto, Setembro, Outubro, Novembro e
Dezembro de 2003
Uma empresa e
sua vocação
percepção do
que seja a companhia aérea de bandeira do país.
Penso que há muitas maneiras de ver uma companhia de
história e prestígio tão grandes como a VARIG. Há
uma VARIG histórica presente no coração e na saudade
de todos os brasileiros pelos muitos e bons serviços
prestados nesses anos todos. E há uma VARIG, ninguém
desconhece, que enfrenta uma situação financeira
difícil, hoje, felizmente, em via de superação. Um
das notícias mais alentadoras nesse processo de
reestruturação nos chega não de um passado distante,
mas de um relatório sobre a performance recente da
empresa. Nos últimos cinco anos, para ser mais
exato, a VARIG transportou mais de 50 milhões de
passageiros, voou 1,03 bilhão de quilômetros e 142
milhões de horas, chegando a uma receita bruta
superior a US$ 10 bilhões. Uma performance invejável
para um período em que a aviação do mundo inteiro
foi afetada por uma séria crise. Diga-se que, mesmo
em tempos difíceis, os brasileiros em momento algum
deixaram de se sentir orgulhosos da eficiência,
segurança e gentileza com que a VARIG cumpre sua
vocação. Quero dizer que, enquanto revê seus
desafios financeiros e discute novos caminhos que
venham a fortalecer nossa aviação comercial, a
empresa não só se mantém em plena atividade, como
caminha solidamente para um equilíbrio de resultados
operacionais. A VARIG continua uma vigorosa geradora
de riquezas pela multiplicidade dos insumos de que
necessita, da gasolina ao cafezinho, irrigando a
economia. Continua uma fonte de ponderável entrada
de divisas fortes em nossa balança comercial. Suas
oficinas de manutenção, a VEM – VARIG Engenharia e
Manutenção –, têm merecido certificações
internacionais pela eficiência com que qualifica uma
mão-de-obra brasileira altamente especializada, o
que também redunda em economia de divisas. Por sua
história, experiência e dedicação, a VARIG ainda tem
muito a contribuir com uma nova aviação comercial no
Brasil.
Integração,
solidariedade e confiança
1906, às 16
horas, no campo de Bagatelle, em Paris, correu na
“pista” e decolou com o seu 14 Bis, percorrendo 60
metros, a 3 metros de altura, diante de centenas de
pessoas, que agitavam suas bengalas para o alto, com
chapéus girando na ponta, para comemorar o grande
feito. É sintomática a quantidade de fotografias
registrando esse momento histórico do inventor
brasileiro tornado herói, ao criar um aparelho que
iria revolucionar o mundo. Santos-Dumont era figura
de enorme projeção na França, conhecido por seu
despreendimento, cujo legado para a humanidade foi o
precioso invento, sem reservar para si quaisquer
direitos autorais. As implicações desse feito, para
o nosso país, podem ser medidas pela própria
existência da VARIG, uma empresa privada criada no
Rio Grande do Sul, em 1927 – apenas 21 anos após o
primeiro vôo –, quando iniciativas semelhantes eram
muito raras no mundo. A correlação entre o feito do
inventor patrício e a existência da companhia aérea
pioneira não é direta, mas faz parte de uma
mentalidade aeronáutica que surgiu com muita
naturalidade no país, e que fez da FAB, e seu
lendário Correio Aéreo Nacional, um enorme fator de
integração e solidariedade em todo o nosso
território, assim como inspirou o surgimento de uma
indústria aeronáutica brasileira de nível
internacional. Os feitos de Santos-Dumont não podem
ser esquecidos, cabendo a nós brasileiros pensar bem
grande a festa do centenário do primeiro vôo de um
aparelho mais pesado que o ar, em 2006. Também as
conquistas da VARIG ao longo de seus 76 anos de
existência fazem parte da vida de todo brasileiro,
que continua fiel à companhia, prestigiando a nossa
marca, numa extraordinária demonstração de
confiança, que a empresa se orgulha de merecer,
agora que o Brasil se empenha para ter marcas
brasileiras com prestígio no exterior. E no momento
em que estão sendo traçados novos rumos para o
fortalecimento da aviação comercial brasileira, a
VARIG segue desempenhando um grande papel, no
desenvolvimento econômico do país.
Um novo
cenário nacional
A sociedade
tem acompanhado, de perto e atentamente, o cenário
de grandes e importantes transformações que
atravessa o nosso país, acreditando na
responsabilidade que cada um de nós possui neste
processo. Um governo de oposição foi
democraticamente eleito e cursa seu primeiro ano de
mandato. Foi sem dúvida alguma a consolidação da
nossa democracia. As propostas de campanha foram
arrojadas e orientadas no sentido de recolocar o
país no rumo do crescimento e do desenvolvimento,
Pelo melhor
do Brasil
Desde que
começou a voar para o exterior, há mais de 50 anos,
a VARIG sempre demonstrou o seu orgulho de não ser
apenas mais uma empresa de transporte aéreo, mas um
consulado informal do Brasil com marcante presença
na divulgação do nosso país no exterior. De muitas
maneiras, sempre fizemos questão de mostrar a beleza
das nossas paisagens, a alegre diversidade da nossa
cultura e a simpatia da nossa gente, sempre pronta a
receber um visitante. É um contínuo trabalho da
nossa empresa, uma tradição que se renova a cada vôo
com a certeza de que estamos contribuindo para o
desenvolvimento e a consolidação do turismo e da
própria aviação comercial brasileira. A VARIG
oferece hoje vôos diretos para 25 cidades em 19
países, mas se contarmos com as nossas parceiras na
Star Alliance podemos dizer que um pedaço desta
empresa está em muitas partes do mundo. Gostaríamos
de poder voar mais longe, em horizontes ainda mais
claros. Para isso estamos trabalhando intensamente
na busca de soluções para os problemas que hoje nos
afetam. Sem dúvida, muito devemos a cada um dos
nossos clientes, por acreditar nesta empresa e no
empenho que cada funcionário dedica para
corresponder à expectativa de uma viagem tranqüila.
Por isso estamos aqui, com nossa revista de bordo
Ícaro Brasil, homenageando as empresas, muitas delas
nossas parceiras, e pessoas que colocam o seu
talento na criação de coisas boas para o país. É a
sexta vez que nossos passageiros e amigos são
brindados com uma edição especial consagrada com
este belo nome O Bom do Brasil, na qual é
apresentada a diversidade de aspectos positivos que
o país tem: empresas ousadas, agricultura
exuberante, regiões especialmente produtivas, frutas
nativas e gente que se destaca em música,
literatura, dança, televisão e artesanato. E, como
todas estas pessoas e instituições homenageadas por
sua competência, temos também um compromisso: fazer
sempre da nossa VARIG O Bom do Brasil.
Novos
horizontes
Em meio a
tempos difíceis enfrentados pela aviação nacional e
mundial, é animador entrever, no caso da VARIG, boas
notícias no horizonte. Pelo sexto ano consecutivo,
1.800 profissionais da indústria de viagens
espalhados por mais de 200 países elegeram a VARIG
como melhor companhia aérea da América Latina,
conquistando mais uma vez o prestigioso World Travel
Awards. A entrega do prêmio reuniu 1.500 pessoas no
Plaza Hotel, da cidade de Nova York. O que mais nos
honra nessa escolha é sentir que 76 anos de tradição
em segurança e bom atendimento continuam sendo
reconhecidos de uma forma extremamente animadora.
Além de conquistar esse prêmio para a América do
Sul, onde continua líder, a VARIG ficou entre as
finalistas de melhor linha aérea do mundo. A empresa
hoje oferece vôos para as Américas, a Europa e a
Ásia. No Brasil, voa para 50 cidades, numa rede
integrada que cobre todo o território nacional. Em
relação ao restante do mundo, um outro fator de
fortalecimento da VARIG é o fato de integrar a Star
Alliance, que acaba de ser eleita em Londres pela
Business Traveller Magazine a melhor aliança mundial
de empresas aéreas e que opera em 700 aeroportos de
128 países, com sistemas de reserva e milhagens
compartilhados. No dia 26 de outubro, em Varsóvia,
foi comemorada a inclusão na Star Alliance da
companhia aérea polonesa, LOT Polish Airlines,
aumentando a malha de vôos especialmente para a
Europa Central e Leste Europeu. Enquanto isso, no
Brasil, em que pesem o aumento dos combustíveis
(69%) e a variação cambial para o arrendamento de
aviões (17%), esforços para redução de despesas e
adequação de oferta por meio do compartilhamento de
vôos com a TAM apontam para um terceiro semestre
marcado pelo crescimento ainda mais sólido da nossa
receita operacional. Em setembro, a taxa de
eficiência operacional da VARIG atingiu 94 pontos e,
segundo dados do Departamento de Aviação Civil
(DAC), revelou-se a mais alta entre as principais
companhias aéreas do país. Tudo indica que algo
muito precioso para nós, a confiança e a simpatia
dos passageiros, tem se mantido inalterado mesmo nos
momentos mais desafiantes da empresa. É o que nos
encoraja a enfrentar os últimos passos em busca de
altitudes mais serenas.
Passado e
futuro
O clima de
harmonia e de fraternidade que nos inspiram as
festividades de fim de ano, sugere, também, a
dedicação de alguns momentos para reflexão sobre o
passado e para a prospecção de desejos futuros. Do
passado, certamente, reviveremos boas lembranças.
Outras, possivelmente nem tanto, porém,
insuficientes para subjugar o ânimo de continuar a
busca da felicidade e da paz, ícones maiores das
aspirações humanas. A VARIG, personalizando a equipe
de mais de 14.000 profissionais dedicados à plena
satisfação e ao total conforto de seus passageiros,
entende que se aproximou do objetivo, mas ainda
vislumbra generosos espaços para aprimorar a
qualidade dos serviços. É do exercício da
convivência com nossos fiéis clientes que extraímos
os ensinamentos para atender às suas legítimas
aspirações e recolher as indicações fundamentais ao
ajuste de procedimentos capazes de tornar as viagens
mais agradáveis e prazerosas. Ao longo dos seus 76
anos de existência, a VARIG assistiu às grandes
transformações ocorridas no mundo, acompanhou a
evolução tecnológica e aderiu à modernidade, sempre
focada no bem-estar de seu ativo mais
representativo: o passageiro que, como o prezado
leitor, nos honra ocupando um dos assentos desta
aeronave. Do passado, temos a reverenciar o
pioneirismo, a tradição e o reconhecimento de nosso
esforço para vencer barreiras e superar obstáculos.
Para o futuro, desejamos continuar merecendo sua
companhia a bordo de nossos aviões. Hoje, o Comitê
Executivo da VARIG agradece a confiança e a
fidelidade de todos os clientes que nos acompanham
na longa jornada de quase oito décadas. Assegurando
que não perderemos as oportunidades oferecidas para
demonstrar, sempre, a maior dedicação e a melhor
eficiência em terra e a bordo.
texto Roberto Muylaert
Uma edição com jeito
de festa
São poucas as
publicações que têm oportunidade de fazer uma festa
de 20º aniversário, como Ícaro Brasil, nesta edição.
Para nós, responsáveis pela revista, a maior alegria
é proporcionar uma festa de leitura a cada número,
uma vez que quem viaja está aberto às novidades, e
tem a sensibilidade aguçada para coisas bonitas e
diferentes que podem surgir pelo caminho. Isso
acontece nas viagens de lazer, onde o passageiro
está de prontidão para ver, usufruir e comprar. Mas
também nas de negócios, que são viagens um pouco
mais sisudas, mas que têm espaço para as obrigações
da pessoa jurídica e a fruição da pessoa física.
Neste número, em que O Bom do Brasil chega à sua
sexta edição, procuramos mostrar de novo o que o
Brasil tem de bom, de forma original e delicada. São
pessoas e entidades que foram escolhidas pela
redação, nossos colaboradores, mais os leitores da
revista, cuja visão de Brasil é ponto alto da nossa
pauta. Mas, afinal, o que a Petrobras, o Estado de
Santa Catarina, a televisão brasileira, a
agricultura, Ruth Rocha e a jabuticaba, entre dez
escolhidos, têm em comum? A resposta é fácil: são,
todos, legítimos Bom do Brasil 2003. Existe uma
outra empresa que também foi escolhida como Bom do
Brasil, por tudo que fez, segue fazendo e ainda fará
pelo Brasil: a VARIG. É a nossa 11a escolha,
hors-concours pelo fato de ser co-anfitriã da festa,
com a RMC Editora. Numa conjuntura desfavorável para
a aviação comercial no mundo, a VARIG tem enfrentado
a presente situação com coragem, determinação e
profissionalismo, conquistando, nos últimos meses,
índices de destaque na ocupação de assentos, geração
de caixa, e redução de passivos. A operação conjunta
com a TAM resultou em vantagens mensuráveis para as
duas companhias, o que demonstra que a melhoria das
condições da aviação comercial brasileira, como um
todo, está à vista. Ícaro Brasil, ao homenagear a
VARIG nesta edição que virou festa, reconhece e
ratifica o carinho e a preferência de seus
passageiros-leitores, para quem a empresa aérea de
bandeira brasileira se confunde, às vezes, com a
própria história moderna do país.
Um conforto extra ao
viajante
Pessoalmente, sempre
gostei de viajar de avião. É gratificante entrar num
jato intercontinental, naquele momento mágico em que
todo mundo a bordo se prepara para um longo vôo ao
exterior, num aparelho que condensa, e resume, os
avanços alcançados e acumulados pela tecnologia, ao
longo dos tempos. E quando, durante o vôo, coloco os
fones de ouvido e desfruto de uma sinfonia de
Beethoven, evoco o espírito humanista, também
presente no avião, reunindo o que a humanidade criou
de melhor em valor espiritual, pronto para ser
desfrutado pelo viajante atento. Nesta época de fim
de ano, os vôos costumam ser propícios a esse tipo
de considerações. É verdade que muita gente ainda
viaja a negócio, procurando, na azáfama do último
mês do calendário, cumprir as metas profissionais
estabelecidas para o período. Mas a maioria das
pessoas já pensa nas férias, no reencontro com entes
queridos que moram longe, no legítimo espírito
natalino, que une a todos na celebração do
nascimento de Cristo. E no sol das praias do Brasil,
servidas pela VARIG, assim como no friozinho
gostoso, para não falar das neves ofuscantes, que a
empresa aérea de bandeira brasileira oferece em suas
rotas para o exterior. Embasando esses legítimos
devaneios, que cedo se transformam em roteiros
turísticos-sentimentais, está uma faceta da nossa
empresa aérea, que, ao ser lembrada, dá sempre um
conforto extra ao viajante: a qualidade da
manutenção das aeronaves, cujos expressivos números
e detalhes estão numa reportagem especial deste
número, dos editores Carlos Moraes e Iara Venanzi,
destacando um trabalho de alta precisão, preconizado
desde o primeiro dia, pelo fundador da companhia,
Otto Ernst Meyer, e por Rubem Berta, o primeiro
funcionário da empresa. O que nos leva a desejar a
você um Natal e um Ano-Novo repleto de tecnologia e
humanismo, nas proporções ideais aos seus anseios e
realizações.
Editor de Aviação Ernesto Klotzel Ilustração
Clayton
Voando no
gelo
Se você
pertence à categoria dos passageiros comprometidos
não só com a obrigação mas também com o prazer de
voar, é possível que já tenha tentado analisar o
brutal contraste entre o confortável clima de sua
cabine e a massa de ar gelado dentro da qual seu
avião avança. A comparação é chocante. De 2.000 a
2.500 metros de altitude a temperatura mantida pelo
sistema de pressurização a bordo é ainda de menos 24
graus centígrados. Já nas altitudes de cruzeiro,
entre 9.000 a 12.000 metros, o frio lá fora, a
poucos milímetros da sua janela, é de até 57 graus
centígrados negativos. Essa redução drástica da
temperatura durante a operação de subida e
principalmente em vôo de cruzeiro ainda surpreende
muitos passageiros. Em seus termos mais simples,
enquanto o avião sobe, a temperatura vai baixando
cerca de 2 graus centígrados a cada 150 metros. É
perfeitamente válido arredondá-la para 1 grau
centígrado negativo a cada 100 metros. Essa redução
de temperatura tem uma altitude-limite. Sobre o
Equador ela não baixa mais depois dos 15.000 metros;
já sobre os Pólos Norte e Sul é acima dos 7.500
metros que ela vai ficar igual. Sempre falando em
valores médios, o limite em todos os casos fica em
torno de 57 graus centígrados negativos, uma
característica chamada de tropopausa. Embora de nome
complicado, ela é simplesmente uma região imaginária
entre a camada mais baixa da atmosfera conhecida por
troposfera, com suas nuvens, ventos, chuvas e
nevoeiros, e a estratosfera que se perde nas
alturas. Conclusão: a temperatura em que você vai
voar, freqüentemente anunciada nas boas-vindas a
bordo, pode mudar de uma forma louca e veloz, mas
sempre previsível, disciplinada e inofensiva em
relação a sua confortável e bem pressurizada cabine.
texto e foto werner rudhart
UM DIA PLENO EM BELO HORIZONTE
105 anos jovem, Beagá é moderna de
nascença. Quando foi escolhida para tornar-se a nova
capital do Estado de Minas Gerais, era nada mais do
que um pequeno povoado chamado Curral-del-Rei.
Quatro anos mais tarde, já estava inaugurada Belo
Horizonte. Destronou a histórica Ouro Preto, símbolo
do velho regime monárquico, e marcou os novos ventos
do Brasil- República: nasceu planejada, estruturada,
funcional. Cresceu com a ajuda de um povo cordial,
que impregnou o cenário moderno com seu espírito
tradicional. É a Belo Horizonte de hoje, uma
metrópole cosmopolita e dinâmica, que mantém a velha
hospitalidade do interior.7h30 Pelas janelas do
Hotel Liberty Palace 1, os topos iluminados da Serra
do Curral, verdadeiras sentinelas da cidade,
anunciam seu dia de andanças e descobertas em Belo
Horizonte. A região da Savassi, sofisticado ponto de
comércio, bares e restaurantes, acorda sonolenta
depois da noitada anterior. Descendo a Avenida
Cristóvão Colombo, em pouco tempo você chega à Praça
da Liberdade 2, um dos principais palcos da vida
urbana na capital mineira. 8h30 Ali, em meio de
jardins de inspiração barroca, os belo-horizontinos
já engataram suas atividades matutinas, como ler
jornal sentado num dos bancos ou fazer cooper por
uma alameda de palmeiras imperiais. Ao redor, o sol
de manhã realça os detalhes de um cenário adorável,
síntese de todos os estilos arquitetônicos que
marcaram a cidade centenária. Prédios históricos,
como o neoclássico Palácio da Liberdade, sede do
Governo do Estado, e as imponentes secretarias em
estilo eclético relembram a época da fundação. O art
déco, da década de 40, é representado pelo Palácio
Cristo-Rei, e o contraponto fica com as curvas
modernas do Edifício Niemeyer. Ao mesmo tempo, coisa
bem mineira, um coreto deixa tudo com ar de
cidadezinha do interior. 9h00 Num dos cantos da
praça, um prédio pós-moderno parece meio estranho no
ninho. O revestimento em chapas de aço rendeu-lhe o
apelido “Rainha da Sucata”. No seu interior, porém,
o Museu de Mineralogia 3 guarda um tesouro
brilhante. São amostras dos principais minerais
extraídos da Terra, entre elas um dos maiores
quartzos do mundo e uma gipsita com idade estimada
em 14 milhões de anos. 9h30 Em direção ao centro, a
Rua Bahia prossegue com a mistura contrastante de
prédios antigos p fe edifícios modernos, tão
característica para a cidade. Quase no finalzinho,
ao se deparar com uma construção neogótica, não se
deixe enganar como todos esses que passam aqui se
persignando: não é igreja e nunca foi. O prédio
público em estilo “manuelino” português, com rica
decoração externa, sedia atualmente o Centro de
Cultura BH.
BOAS-NOVAS PARA
O Aeroporto de Congonhas surgiu nos
anos 30, numa localização remota para a época, à
beira de uma estrada, na direção de Santos. Até
então, o terminal da capital ficava no antigo Campo
de Marte, às margens do Tietê. O novo aeroporto
serviu à cidade em grande estilo, crescendo com ela.
Virou ponto de encontro, com baile de Carnaval e
terraço para observação de aviões. Como terminal
internacional, marcou a vida da cidade, operando
todo tipo de aeronave
texto e fotos werner rudhart
Cataratas do Iguaçu
Maior conjunto de quedas-d’água do
mundo, as Cataratas do Iguaçu são mais largas do que
as quedas de Victoria, mais altas que Niágara e mais
bonitas que ambas. São, com toda certeza, uma jóia
das mais brilhantes que a natureza colocou no berço
esplêndido do Brasil. Tanto que, com um bom pedaço
da Mata Atlântica que as abriga, são preservadas num
dos primeiros parques nacionais que se criaram no
país, em 1939. O Parque Nacional Cataratas do Iguaçu
continua fiel à sua tradição pioneira. Um dos pontos
de maior visitação de turistas do Brasil, é o
primeiro parque onde o Ibama concessionou todos os
serviços à iniciativa privada. Dessa forma conseguiu
atrair investimentos invejáveis e montar uma
infra-estrutura sem igual nos outros parques do
país. Um convite para que os visitantes, em vez de
demorar poucas horas no parque, agora já possam
usufruir dias plenos.
7h00 Mesmo de férias, há vários
bons motivos para você acordar tão cedo. Primeiro,
porque continuar dormindo com a algazarra matinal
dos guaxes nas árvores é quase impossível. Depois,
nessa hora as disputadíssimas mesas na varanda do
hotel ainda estão à sua espera. Tomar café no ar
fresquinho, observando os vôos baixos dos tucanos e
as piruetas das andorinhas em meio à névoa das
cachoeiras, é só um dos muitos privilégios que o
Hotel Tropical das Cataratas 1 oferece. Único hotel
dentro do Parque Nacional do Iguaçu, sua vizinhança
direta com uma das maiores maravilhas naturais do
mundo é o que mais salta aos olhos. Delicada, a
arquitetura neocolonial, com paredes rosa-pastel e
escadas de madeira, faz de cada andança pelos amplos
corredores e jardins tropicais também um grande
prazer. Construído há 50 anos, repleto de vastos
salões para funcionar como cassino, foi reformado
várias vezes e, em 1986, declarado Patrimônio da
Humanidade com o Parque Nacional que o circunda. É
um hotel tão singular que as janelas dos seus 201
apartamentos são equipadas com cunhas de madeira
para evitar a vibração das cataratas.
8h00 A essa altura você já deve estar
completamente contagiado pelo tremor subliminar das
cataratas, ansioso por se aproximar do seu
epicentro. Aproveite que a onda de turistas vindo da
cidade de Foz do Iguaçu ainda não conseguiu chegar
até aqui. Entre na Trilha das Cataratas 2, que
começa logo em frente do hotel, e deixe-se envolver
por um dos mais impressionantes espetáculos da
terra. O caminho, de 1,2 quilômetro de extensão,
pavimentado e com escadas, galga à beira de um
cânion profundo. Os vários pontos de parada parecem
camarotes com vista para o grande anfiteatro do
mergulho de quedas enfileiradas. Mais abaixo, uma
passarela engradada sobre pilares de pedra leva
diretamente, através de uma úmida e agitada névoa,
até a Garganta do Diabo. Ali, para onde convergem
dois braços d’água em queda livre de mais de 80
metros, emolduradas por um arco-íris resplandescente,
dá para sentir o que talvez quisessem expressar os
índios caingangues quando, meio lacônicos, chamavam
o lugar de iguaçu, “água grande”. Se, ao sair desse
turbilhão, você se sente meio zonzo, talvez já possa
fazer uso dos novos elevadores panorâmicos para sair
do cânion. Inaugurados no dia 20 de dezembro, serão
mais uma perspectiva do show aquático das cataratas.
p
10h30 Se você é daqueles que não
conseguem ficar só olhando, então é hora de agendar
seu batismo pelas águas do rio, num rafting pelas
corredeiras, para mais tarde no dia. Pertinho do
hotel, na sua sede escondida no mato, a Canyon
Iguaçu oferece um leque de esportes radicais. A
empresa, que acaba de iniciar suas atividades de
turismo de aventura, é o resultado mais recente da
inovadora política de gerenciamento do Parque
Nacional do Iguaçu. Desde 2000 o Ibama liberou
várias áreas à iniciativa privada para o
aproveitamento econômico. Como tira-gosto,
experimente brincar um pouco no Campo de Desafios 3,
que ali montaram, testando seu equilíbrio num rapel
com as cataratas como fundo, na escalada de um muro
artificial ou no percurso de arborismo.
12h00 Agora, para continuar
equilibrado, você precisa de outros recursos. Siga
para o Porto Canoas 4, no ponto final da Trilha das
Cataratas. É outro exemplo bem-vindo da eficiência
dos serviços no parque. Onde anos atrás uns
quiosques ofereciam pouco além das latinhas e
batatinhas de sempre, uma ampla área de convivência
convida com lanches, confeitaria e restaurante. Seu
almoço com saborosas comidas típicas é temperado com
vista para o rio, que aquip fcorre tranqüilo como
quem não quer nada, traído só por um ruído
insistente e um vapor fumegante.
13h30 O Porto Canoas também é o ponto
de retorno dos coloridos ônibus panorâmicos que
circulam pelo parque. Escolha um lugar na parte
superior aberta, por causa do vento fresquinho
durante o trajeto. No ponto final, logo atrás do
moderno Centro de Visitantes, a Helisul opera seu
sobrevôo das cataratas 5. Não é uma brincadeira das
mais baratas, claro, mas vale a pena por permitir a
vista estonteante das 272 quedas-d’água, formando um
gigantesco semicírculo com 2.700 metros de extensão.
Emocionado com esse cenário, o nosso Santos Dumont
tornou-se um dos primeiros idealizadores da criação
do Parque Nacional do Iguaçu.
14h00 Logo em frente ao heliporto
fica outro QG de “profissionais” dos ares. No Parque
das Aves 6 as trilhas passam por viveiros, onde é
possível observar mais de 800 pássaros brasileiros e
de outros continentes, além de jacarés, cobras,
sagüis e borboletas.
15h00 Na volta ao hotel, desça do
ônibus na parada do Macuco Safari. Um veículo
elétrico faz o translado até perto do rio, onde
flutua o cais de embarque para o passeio de barco 7,
aventura mais famosa oferecida no parque. Munidos de
coletes salva-vidas e sacos plásticos pensados para
proteger as câmeras os turistas sobem o rio em
barcos bimotores, enfrentando as corredeiras até
chegar no inferno da Garganta do Diabo: uma
experiência de tirar o fôlego. Batizado dessa forma
emocionante, você está preparado para tudo – no caso
– para a descida de rafting, previamente agendada.
Numa plataforma flutuante, você e outros audaciosos
embarcam com o instrutor para desafiar as
corredeiras com remos e capacetes. Boa sorte!
17h00 Depois de tantas águas
agitadas, nada melhor do que a calmaria na generosa
piscina do hotel. Ao cair da noite, você ainda pode
observar o lusco-fusco enfeitiçando as águas que
caem e as brumas que sobem.
20h00 No jantar do Restaurante Itaipu
o cardápio é variado. E no Ipê Grill à beira da
piscina o espera um rico bufê, com carnes e peixes
da região, ao som de músicas regionais e do
incessante fragor das Cataratas.
texto Carlos Moraes fotos Iara
Venanzi
Manutenção classe A
Ás duas da tarde de um domingo, 26 de
junho, um MD-11 da Thai Airways International
adentra o imenso hangar da VEM, junto ao Aeroporto
do Galeão, no Rio. Ele vai ser submetido a um
D-Check, o mais completo de todos. Envolve revisão
geral, peça por peça, pintura, incorporação de novas
tecnologias e, no caso, a substituição de toda a
manta termoacústica entre a fuselagem e o interior.
Naquele domingo mesmo o avião começa a ser
desmontado. Nos dias seguintes, peças importantes
como computadores de bordo,p ftrem de pouso e
centenas de componentes vão para o centro de
manutenção da VEM de Porto Alegre. A empresa tem 30
dias para entregar o avião novo e as multas por
atraso são pesadas.
Em 26 dias o MD-11 da Thai Airways
está sendo entregue, zerado para mais dez anos com
revisões apenas de rotina, um recorde. Logo o mesmo
trabalho será feito em outro MD-11 da Thai. O que
faz uma companhia asiática voar 18 mil quilômetros
para confiar sua aeronave a uma empresa brasileira?
Preço e prazo contam, mas o decisivo é mesmo a
reputação. Uma reputação, lembra Evandro Braga de
Oliveira, diretor-presidente da VEM, conquistada em
décadas e décadas de investimentos por parte da
VARIG em tecnologia e mão-de-obra especializada.
Acrescenta sem medo de errar que o Brasil conta hoje
com o maior e mais completo parque de manutenção do
Hemisfério Sul. No mundo está entre os dez maiores e
entre os cinco primeiros no que diz respeito a
horas-homens por ano, mais de 4 milhões, e em
tamanho de instalações. No Rio, a empresa possui 250
mil metros quadrados de edificações especializadas,
o que inclui o maior hangar da América Latina, de 11
mil metros quadrados; em Porto Alegre, são 180 mil
metros quadrados, cinco hangares e diversas oficinas
especializadas. A VEM tem capacidade para realizar
simultaneamente revisões gerais em oito aeronaves em
Porto Alegre e quatro no Rio de Janeiro e nos
últimos anos tem operado a plena capacidade. Mas o
que mantém alto o otimismo de Evandro Oliveira,
engenheiro aeronáutico formado pelo ITA com MBA na
França, é principalmente a qualificação técnica da
VEM. Bem antes do modismo dos ISOs 9000, a indústria
aeronáutica já prezava o absoluto rigor de processos
nos cuidados com máquinas que simplesmente não podem
falhar. Da seriedade desses processos é que depende
este elemento decisivo em manutenção de aviões que é
a árdua conquista da homologação junto às
autoridades aeronáuticas de cada país. E aqui mais
boas notícias.
Salas VIP.
Para você que é cliente das nossas
salas VIP, temos o prazer de oferecer um remodelado
serviço na nossa sala de Curitiba. Desde agosto já
contamos com maior disponibilidade de assentos na
sala, proporcionando um pré-embarque com maior
conforto e comodidade. No balcão self-service, temos
durante todo o dia café expresso e chocolate; no
horário da manhã, frutas, bolos e pães de queijo. À
tarde, temos duas opções de sanduíches e doces. E à
noite, além disso, contamos com a opção de sopa e
trufas de chocolate. Venha degustar o nosso novo
serviço!
VARIG Flight Training Center.
A VARIG, por intermédio da VARIG
Flight Training Center, fornece aos seus pilotos e
ao de outras companhias aéreas o treinamento para
operação do sistema de Traffic Alert and Collision
Avoidance System (TCAS). Esse sistema é independente
dos sistemas de controle de tráfego aéreo no solo e
está apto a fornecer as informações necessárias ao
piloto para que sejam efetuadas manobras evasivas,
evitando assim, a colisão com outra aeronave. Desde
1993 a VARIG possui esse sistema a bordo de suas
aeronaves, que aumenta a segurança de vôo para os
seus passageiros. Mais informações: flight.training@
varig.com ou tel. (55/21) 2468-1391.
Novo parceiro Star Alliance™.
A Lot Polish Airlines, que representa
a bandeira polonesa por mais de 70 anos, passou a
integrar a rede Star Alliance™ em outubro. Com isso,
aumenta a freqüência de vôos, pois a Lot Polish voa
para 58 destinos, particularmente para os mercados
emergentes da Europa Central e Oriental. Com a Star
Alliance™, você pode voar para 700 destinos, em 128
países. Se já é membro da rede Star Alliance™,
poderá adquirir benefícios exclusivos ao voar com a
Lot Polish Airlines, ou com outra das 14 companhias
aéreas da rede.
Novos vôos para Buenos Aires.
Desde o dia 1º de novembro, a VARIG
passou a oferecer nos fins de semana mais duas
opções de vôo NON STOP para a Argentina: um deles
partindo de Florianópolis no moderno equipamento
MD11 e outro partindo de Salvador com equipamento
737-300. É mais uma novidade na ponte aérea Brasil
Argentina para facilitar a sua viagem.
Cinema brasileiro na tela da VARIG
TV.
A alta qualidade das últimas
produções do cinema nacional estimulou a VARIG a
adquirir os direitos de exibição de seis grandes
filmes para as rotas internacionais: O Caminho das
Nuvens, O Homem que Copiava, Paulinho da Viola,
Narradores de Javé, Abril Despedaçado e Auto da
Compadecida. Outros títulos de conteúdo não adequado
para a tela principal estão sendo prospectados para
o Personal Vídeo das Classes primeira e executiva. O
festival ganhou o nome de CineBrasil e teve a
logomarca desenvolvida pela designer gráfica Juliana
Bernabo. Os filmes serão sempre exibidos em
português e inglês.
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