ÍCARO BRASIL Nº 214, 215 e 216 -
Junho, Julho e Agosto de 2002
A
excelência da amizade
Passar
pela vida com amigos de verdade é uma experiência
das mais fascinantes na existência humana. No
entanto, homens e mulheres podem viver ou morrer
entre estranhos, sozinhos, sem terem tido a
felicidade de experimentar uma amizade real.
Como muitos animais, o homem tem a instintiva
necessidade de viver em grupo e, mais do que isto,
de ser
reconhecido como parte dele. Esse espírito gera
compromissos entre pessoas, que, embora não formais,
norteiam o seu comportamento e relacionamento
durante longos períodos de tempo, por vezes por toda
a vida, desfrutando idéias e ideais comuns.
Em geral cuidamos com segurança daquilo que mais
amamos. No entanto, por vezes, não colocamos nos
mais bem cuidados arquivos das nossas vidas, algumas
preciosas amizades, esquecendo-nos de que o melhor
meio de ter amigos é ser amigo.
Em vários momentos de nossa vida precisamos ter
grandeza, carregando amor e renúncia nos corações,
para manter um amigo. Por linhas indicadas pelo amor
não é difícil tentar e conseguir enxergar um pouco
mais do que o nosso eu e, com todas as nossas
imperfeições, deixar preponderar a confiança e a
estima pelo outro, essenciais para a existência das
amizades duradouras.
Acidentes e percalços da vida podem, numa separação
dolorosa, levar para sempre os grandes amigos,
embora eles permaneçam sempre conosco
nas lembranças de momentos vivos e carinhosos de
convívios inesquecíveis.
Apesar da dor, fica a imagem forte, fraterna e
carinhosa dos anos de convivência. Por isso mesmo,
podemos oferecer mais de nós aos novos
relacionamentos que surgem, baseados no amor e na
fraternidade.
Num mundo difícil, de crescente violência, as
amizades sólidas nos ajudam. Façamos amigos. E
sejamos mais felizes.
Dia
das Mães. Ele chegou cedo à loja estampando aquela
cara de comprador que os vendedores tanto gostam de
ver. Havia pouca gente. Inseguro, se aproxima de
três vendedoras, buscando ajuda. Uma delas nota sua
presença: “Posso ajudar?”. Meio sem jeito, pergunta
sobre uma certa marca de perfume que, com esforço,
acabara de lembrar. A resposta vem murcha, porém
definitiva: “Não temos!”.
Sem perder o fio da conversa a atendente volta sua
atenção novamente às suas colegas.
Sem o desejado apoio para cumprir sua agora mais
difícil tarefa de comprar um presente ele entra num
processo de dúvida, chegando até a disparar um olhar
para a porta de saída. De repente, como num passe de
mágica, surge o rosto simpático de uma lourinha, que
lhe pergunta: afável bem colocado. No fundo, são
aqueles mesmos atributos que forjaram a vida humana
neste planeta Terra, uma cosmonave no espaço imenso,
cada vez mais desafiante e competitiva
O senhor gostaria de ver uma novidade que acaba de
chegar?”.
Feliz, ele acompanha a moça. Em poucos minutos se vê
comprando mais do que pretendia. Sai da loja
contente, carregando preciosos embrulhos.
Refletindo sobre o episódio, vemos como são curiosos
os caminhos percorridos para uma venda bem-sucedida.
São ações que vão desde a criação do produto, após
extensivos estudos e modelos de antecipação de
demanda, passando por publicidade, distribuição e
assim por diante, até o item exposto nas vitrines.
Especialistas se debruçam sobre técnicas
sofisticadas e indutoras de comportamento e de
estabelecimento de hábitos. Mas existe um binômio
mágico, mais importante do que se imagina, que pode
coroar todo o processo: atenção e cordialidade.
Em cada dia, ou a cada momento de nossas vidas,
estamos vendendo coisas, idéias e por vezes nós
próprios, por exemplo, na conquista deum novo
emprego. A dedicação aos objetivos gera o poder da
cordialidade em momentos precisos, abrindo as portas
para o que temos a dizer ou oferecer. Nestes dias
difíceis da atualidade, quando notícias as mais
variadas bombardeiam as atividades de cada um,
necessitamos mais e mais dos velhos e surrados
valores do apreço para com o próximo, conquistando-o
com um sorriso.
A
velocidade das mudanças
Muito
tem sido tentado para determinar a real importância
e os impactos da tecnologia e das modernas
telecomunicações nas nossas vidas e nos negócios.
Quem se debruça sobre o assunto tem dificuldade para
saber até onde essas mudanças ocorreram e que
oportunidades abriram, ou fecharam. Todos concordam
que a conseqüência mais direta ocorreu com o nosso
tempo, hoje mais
pressionado. Resulta uma vida mais frenética, na
qual a intenção é fazer mais nos 60 segundos do
minuto do que o tempo nele contido permite, desde
que o homem imaginou o mecanismo do primeiro
relógio.
Administrar bem o tempo tem sido, para a maioria das
pessoas, uma missão impossível.
As organizações conseguiram racionalizar suas
atividades e oferecer ferramentas para facilitar o
trabalho: agendas, relógios, computadores. Em
conseqüência passaram a ser exigidas tarefas mais
complexas, em menor prazo.
Há duas atitudes possíveis diante do problema da
contínua exigüidade do tempo. Continuar a fazer o
mesmo, ignorando o que mudou à nossa volta, ou
buscar reconquistar a autonomia de nossa vida e
passar a controlar o que acontece em nossa volta.
A maioria dos bons executivos também reclama e sabe
que nunca tem horas suficientes para o seu próprio
dia de trabalho. A tarefa do líder não deve ser a
defesa de horários pessoais rígidos, mas promover e
proteger os valores da organização e compreender que
interrupções podem trazer oportunidades. Uma crise
trazida por um cliente importante pode mudar uma
reunião e materializar uma perfeita oportunidade
para resolver um problema e manter o imprescindível
foco no mercado.
Em vez de resistir, de tentar organizar o que pode
acontecer, procure transformar cada excitação
externa em ferramenta sólida para melhorar o seu
desempenho e o daqueles a que serve, no sentido de
ser melhor para você mesmo e para a sociedade.
É nessa
hora em que você está se aconchegando na poltrona do avião, que a
gente gosta de falar com você. Sua reação à revista, mandando
e-mails icarobrasil@icarobrasil.com.br nos interessa muito, já que
ficamos o mês inteiro pensando naquilo que é possível produzir, não
apenas para entretê-lo durante o vôo, como para contar novidades, o
que nem sempre é fácil numa edição
mensal, mas que não pode ser privilégio de revistas com
periodicidade menor. Para a VARIG, nos seus 75 anos muito bem
voados, você é muito importante, tratado sempre com carinho, exemplo
que procuramos seguir também por meio da revista, na qualidade de
editores.
Viajar é investir
“Viajar para vender mais, ampliar contatos dentro de
uma estratégia não é despesa, é investimento”, diz
Marcos Arbaitman, presidente da Maringá Woodside,
empresa especializada em viagens de negócios. A
Woodside acaba de lançar a 7a edição do Diretório de
Hotéis – Executivo 2002, que inclui 443 hotéis de
todo o Brasil, com tarifas Corporate reduzidas em
até 50%.
Além desse completo Diretório, a Woodside atua
também como uma autêntica consultoria em
gerenciamento de viagens corporativas ao
disponibilizar para seus clientes um mix de produtos
e serviços que envolvem planejamento de viagens,
eventos, convenções, atendimento no exterior em mais
de 80 países, cruzeiros marítimos, turismo
ecológico.
De leitura e manuseio simplificados, um CD-ROM
coloca à disposição dos clientes um Diretório
Internacional com 7.900 hotéis, apresentados segundo
diferentes objetivos de cada viagem.
Do avião ao caminhão
Graças às
artes da Artfix, em 12 horas o Boeing da
VARIG tinha vestido na fuselagem as
cores do Brasil para levar a seleção à
Copa. Há oito anos no mercado com uma
avançada tecnologia de impressão digital
e serigráfica, a empresa tem alegrado a
cara de carros, ônibus, caminhões, até
geladeiras. Mas a fuselagem de um avião
tem de enfrentar as mais rigorosas
condições de frio e calor e sua
adesivagem exigiu da Artfix um processo
especial de aplicação. O processo
consiste na impressão digital de imagens
com alta resolução em uma película
adesiva especialmente desenvolvida. Com
isso, as imagens podem suportar radicais
variações de temperatura e contam com
uma garantia mínima de seis meses. Tel.:
11/5096-3399.
A grande noite do Top Chefs
Lançado em
1997, o Programa Top Chefs vem trazendo
para as classes First e Business dos
aviões da VARIG o toque dos melhores
restaurantes do país. Na noite de 11 de
junho, o Top Chefs teve na Sala São
Paulo uma apresentação que incluiu
coquetel, um concerto e um jantar
comandado pelos atuais chefs – Celso
Freire, do Boulevard de Curitiba,
Francesco Carli, do Cipriani do
Copacabana Palace e Ignácio Ito, do
Nakombi de São Paulo (nesta ordem na
foto). A noite contou com o apoio dos
cartões Unibanco e Mastercard
International, parceiros do Top Chefs.
Bom do Brasil – Tecnologia
A Embraer, uma das líderes mundiais de
fabricação de aeronaves, inaugurou em
junho a primeira etapa da unidade
industrial de Gavião Peixoto, 300
quilômetros a noroeste de São Paulo.
Destinada à montagem de aviões para os
mercados de Defesa, Aviação Corporativa
e de Ensaios, a nova unidade deve
receber investimentos de US$ 150 milhões
até 2005. Ali serão montados, entre
outros, modelos como jatos Legacy,
BEM-145, AMX-T, Super Tucano ALX, e
desenvolvida a modernização do caça F-5.
O empreendimento já conta com 12 mil
metros de área coberta construída e uma
pista de 5 quilômetros de extensão. Os
140 colaboradores atuais deverão passar
para 3 mil nos próximos dez anos. A
Embraer desenvolve na região um programa
de reflorestamento numa área de 3,5
milhões de metros quadrados.
Marcados pelo destino
Dificilmente o elenco de O Senhor dos
Anéis – A Sociedade do Anel (a bordo da
VARIG na rota de Tóquio) vai esquecer a
aventura que foi recriar o universo
mitológico de J.R.R. Tolkien nas telas.
Como se não bastassem os 18 meses de
filmagem simultânea da trilogia na Nova
Zelândia, para nove atores o filme vai
ser especialmente marcante: todos foram
tatuados com a palavra nove, em elvish.
“A experiência foi tão intensa que
decidimos gravá-la em nossos corpos para
sempre’’, brinca o ator inglês Sean Bean,
o heróico Boromir que morre para salvar
os hobbits Merry e Pippin. Já o ator
britânico Orlando Bloom teve mais sorte.
Seu personagem, o elfo Légolas, retorna
às telas em dezembro deste ano com O
Senhor dos Anéis – As Duas Torres e, no
ano seguinte, com o Senhor dos Anéis – O
Retorno do Rei. “Em compensação, de
tanto treinar com cavalos, caí e quebrei
uma costela durante a filmagem’’, conta
o ator que, além de orelhas pontudas,
teve de encarar uma vasta peruca loira.
Primeiro vôo internacional
Em maio deste ano a VARIG fez 75 anos e
em tão largo vôo cabem muitas histórias.
Uma delas celebra-se neste agosto, 5:
são os 60 anos do primeiro vôo
internacional de uma empresa aérea
brasileira, realizado a 5 de agosto de
1942, ligando Porto Alegre e Montevidéu,
com escalas em Pelotas e Jaguarão. O
avião era um bravo biplano de nome
imponente, De Havilland Dragon Rapid,
gauchescamente batizado de Chuí. Na
época, foi uma festa. Entre autoridades
brasileiras e uruguaias, o grande
primeiro presidente da VARIG, Rubem
Berta. O Chuí, com capacidade para seis
passageiros, cumpriu galhardamente sua
missão em 4 horas e 10 minutos. Para se
ter uma idéia: hoje um Boeing 737-400
cobre esse percurso em pouco mais de uma
hora, a 900 km/h e 140 passageiros a
bordo. Hoje a VARIG mantém dois vôos
diários para o Uruguai: Rio–Porto
Alegre–Montevidéu e, em code share com a
Pluna, São Paulo–Montevidéu. Em 1942,
nosso primeiro vôo internacional era de
duas freqüências semanais.
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Em alguns países é costume aplaudir aquele pouso em
que mal se sente o impacto das rodas sobre a pista.
Trata-se de uma justa homenagem à perícia do piloto.
Só que há mais de meio século a aviação comercial
deixou de ser uma aventura e pousar delicadamente se
tornou quase obrigação quando as condições
metereológicas são estáveis e o vento não resolve
mudar de humor de um segundo para outro. Eu diria
que aplausos mesmo merecem aqueles pousos noturnos
realizados em meio à chuva, névoa ou rajadas de
vento que exigem o máximo do piloto para manter a
aeronave alinhada com a pista e na direção,
velocidade e ângulo de planeio corretos para tocar a
cabeceira. Mesmo quando parece dominar
tranqüilamente a situação, o piloto pode ser
surpreendido por uma mudança súbita de
O projeto de um jato comercial inteiramente novo
leva em torno de cinco anos, enquanto seu motor
exige o dobro do tempo. Mais do que a chamada célula
do avião (fuselagem, cauda e asas) é o motor quem
mais duramente enfrenta a severa ação dos agentes
climáticos. As empresas que hoje fabricam motores
para os jatos comerciais na faixa dos 100 aos 400
passageiros, são as americanas General Electric e
Pratt & Whitney e a britânica Rolls-Royce. A prova
da extrema confiabilidade desses motores, capazes de
completar até 20 mil horas antes da primeira revisão
geral, está nos cada vez mais numerosos chamados
ETOPS (vôos bimotores de longo alcance) que chegam a
mais de 300 por dia só sobre o Atlântico Norte e são
freqüentes também nas mais inóspitas regiões do
planeta. Tais vôos são realizados em jatos das
famílias Boeing 737/767/777 e Airbus A320/ 330,
equipados com apenas dois motores. Picos positivos e
negativos de temperatura, chuvas torrenciais, e as
mais diversas modalidades de ingestão de corpos
estranhos fazem parte da dieta normal de um motor em
pleno ar. Nuvens de areia ou cinzas vulcânicas
altamente abrasivas, blocos de gelo, granizo e até
eventuais impactos de pássaros de grande porte, tudo
é levado em conta no projeto. “Chicanas”desviam ao
máximo as partículas mais sólidas e nem uma
gigantesca contaminação do ar aspirado chega a
afetar a performance: um motor pode aspirar até 150
mil litros de água por hora e digerir quase
naturalmente mais de 1 quilograma de gelo por
minuto. Com relação às raras colisões com aves,
frangos de 2 a 4 quilos são sacrificados nos testes,
que incluem ainda o ataque de parafusos, pequenas
peças e até alças de mala. Por tudo isso, os
modernos motores de jatos são realmente uma fonte de
tranqüilidade para quem voa.
Para passageiros mais sensíveis, as pontas das asas
parecem oscilar para cima e para baixo durante o
vôo, como se o avião estivesse imitando um pássaro.
Esse bater de asas é tanto mais evidente quanto
maior for o porte do jato e, portanto, a envergadura
das asas. O leitor pode até fazer uma experiência
para provar que essa oscilação foi prevista já no
projeto do avião. Caso esteja a bordo de um jato
maior, observe bem o bater das asas. A cada 20
segundos, a asa vai subir e descer, perfazendo
exatamente duas oscilações completas. Quer dizer,
foi tudo rigorosamente previsto, calculado e testado
nos laboratórios de vôo, a custos milionários. Anos
antes de o primeiro passageiro subir a bordo para o
vôo inaugural. Importantes testes de controle de
vibrações são realizados por meio de equipamentos de
altíssima sensibilidade que provocam essas
vibrações, medem os resultados e efetuam as devidas
correções. São centenas de detectores de precisão
fixados em todos os pontos considerados prioritários
que enviam os resultados para centrais
informatizadas onde especialistas analisam,
interpretam e efetuam as correções necessárias. A
regra é detectar e conviver com vibrações inerentes
ao próprio vôo, plenamente equacionadas e seguras.
As pontas das asas são, aliás, as únicas oscilações
visíveis. Para observadores mais especializados, o
leve balanço dos motores sob as asas durante o
taxiamento seriam também um exemplo de um certo tipo
de oscilação. Um exemplo mais espetacular de
oscilação não pode, felizmente, ser detectado em vôo
nem pelo mais sensível dos passageiros: sob a ação
da pressurização nas alturas, a gigantesca fuselagem
de alumínio de um jumbo aumenta mais de 20
centímetros em circunferência. No pouso tudo volta
ao normal. Mais um fenômeno rotineiro minuciosamente
previsto pelas mais privilegiadas cabeças da
indústria aeronáutica.
FOTOGRAFAR
Desde pequeno o
carioca Carlos Lorch tinha duas paixões na vida,
avião e fotografia. Corta para seu trabalho alguns
anos depois. Lorch está voando da Base Aérea de
Homestead, na costa leste dos Estados Unidos, a
Santa Maria, sul do Brasil, acompanhando – e
fotografando – seis caças F-16 da Força Aérea
Americana que vão participar de uma manobra conjunta
com a Força Aérea Brasileira. São 12 horas de vôo e
ele vem a bordo do avião de reabastecimento, e a
foto acima, com os seis em formação, exigiu muita
perícia e simpatia por parte dos pilotos. Mas há
outras, muitas outras ações no ar. Também a bordo de
um reabastecedor, ele participa de uma operação
envolvendo os moderníssimos caças Mirage 2000 da
França e, na Suécia, consegue fotografar o avançado
caça Gripen sobre um lago no centro do país. No
Brasil, acompanha emocionantes exercícios da nossa
força aérea, pousa muitas vezes no navio aeródromo
da Marinha e em pistas de selva onde existe apenas
um pelotão do exército ou aldeia indígena. Nada mau
para um menino que sonhava com avião e fotografia.
Hoje ele tem uma editora, a Action, que já lançou
mais de 40 livros e regularmente publica a revista
Força Aérea. Assim, é por paixão e oportunidade que
afiou uma pequena e brava equipe especializada em
fotografar avião no ar. Mas Lorch é também capaz de
outros vôos. Há três anos deu de sair mundo afora
fotografando, olha só, tropas cerimoniais, essas
unidades militares de fardas especiais, com armas
especiais que só se apresentam em eventos muito
especiais e fez um belo livro, até agora publicado
só em inglês. Mas geniosos mesmo de fotografar são
os aviões. Uma modelo profissional, num estúdio
profissional, já não é fácil. Agora imagine um
modelo que posa a 300 quilômetros por hora, um
estúdio cujo fundo não só é literalmente infinito
como vive sujeito a chuvas e trovoadas. Uma boa foto
aérea, diz Lorch, pede basicamente três condições.
Tempo bom, bom conhecimento das máquinas em ação e
piloto experiente. Assim que tudo começa na previsão
do tempo.
Com minuciosa paixão,
o jornalista inglês Alex Bellos, correspondente do
The Guardian no Brasil, ficou cinco anos pesquisando
futebol brasileiro para seu livro Futebol: The
Brazilian Way of Life, editado na Inglaterra. Entre
os grandes fatos mais ou menos conhecidos, Alex deu
também com pequenas, deliciosas e engraçadas
histórias sobre a grande paixão nacional.
1 A camisa
verde-e-amarela A camisa de amarelo-dourado do
Brasil - o uniforme mais reconhecido e romântico do
mundo - foi criada em 1953 por um moço de 19 anos.
Antes da camisa amarela, o Brasil jogava com
camisetas brancas e colarinhos azuis. Depois da
derrota para o Uruguai, na Copa do Mundo de 1950, os
dirigentes resolveram trocar as velhas cores.
2 Biriba Nos anos 40,
o jogador mais importante no Botafogo do Rio era
Biriba - um cachorro. Se o Botafogo estivesse
perdendo, o cão era solto no campo para quebrar o
ritmo do time adversário. Até o jogo recomeçar, o
Botafogo ganhava uma considerável vantagem
psicológica. Biriba recebia os mesmos prêmios que os
jogadores e o cozinheiro do clube lhe preparava as
melhores carnes.
3 O autobol Os
brasileiros são bons em futebol e em carros de
corrida - o país já ganhou mais Copas do Mundo e
títulos de Fórmula 1 que qualquer outro. No início
dos anos 70, um esporte combinava esses dois
talentos. Era o autoball, ou futebol para
automóveis, em que dois times de carros corriam
atrás de uma bola de couro de 2 metros de diâmetro.
O autoball durou vários anos e cada um dos
principais clubes de futebol do Rio tinha sua
equipe. O esporte atraía milhares de torcedores, até
ser banido em 1974 - pela crise mundial de energia.
MACEIÓ
PRAIAS, COQUEIRAIS,
manguezais e águas, muitas águas. Maceió parece uma
língua de terra saboreando ao mesmo tempo o salgado
do mar e a doçura de uma lagoa. Assim, os índios
passaram a chamar o lugar de “Maçayó”, que significa
“o que tapa o alagadiço”. Privilegiada pela natureza
desde sempre, a capital do Estado de Alagoas hoje
leva a fama de ter uma das mais belas e receptivas
orlas marítimas do Brasil. E pelo brilho dos seus
dias e pela beleza das suas noites, não é de admirar
que Maceió tem a Nossa Senhora dos Prazeres como sua
padroeira. Pois vamos passear agora pela cidade e
seus arredores, por seus museus surpreendentemente
ricos em arte nordestina e por suas praias
igualmente generosas com o agito e a solidão.
7h00 Vale a pena
resistir aos sedutores aromas que já emanam da sala
de café da manhã no Hotel Jatiúca. Passando direto
por detrás dos coqueirais do hotel dá para sentir
também os cheiros que a brisa traz do mar reluzente.
São uns poucos metros pela areia fofa até alcançar o
vasto calçadão à beira das praias de Jatiúca e Ponta
Verde 1, o pedaço mais bonito da orla, uma espécie
de Copacabana maceioense. Apesar da hora, a calçada
já ferve de gente. É o principal ponto de encontro
da cidade, onde os moradores fazem seus exercícios
antes do expediente, andam de bicicleta ou conferem
as manchetes nas bancas de jornais, onde
donas-de-casa espreitam o peixe fresco que chega nas
jangadas e os turistas saem à procura do sol que
rapidamente se ergue sobre as águas. Ao chegar no
ponto de retorno, na Ponta Verde, aproveite para
observar os pescadores arrumando seus
currais-de-peixe, que serpenteiam como esqueletos
pré-históricos pelas águas rasas em direção ao
farol.
8h00 Agora, sim, com o
apetite aguçado, a doce rendição ao bufê. As
delícias do Jatiúca Resort Hotel 2, por sinal, vão
muito além do opulento café da manhã.
MILÃO
A PRIMEIRA VEZ que
visitei Milão foi com minha avó italiana, nos anos
60, e ver aquela grande cidade pelos olhos dela
significou um momento marcante da minha infância.
Hoje, em função do meu trabalho, tenho vivido um bom
tempo na cidade que substituiu Roma como capital da
moda italiana e se tornou sede das grandes
indústrias do ramo. Milão é fria e cinzenta? Ora,
para mim sempre foi uma cidade calorosa e humana,
além de charmosa. Uma metrópole que tem ainda um
lado provinciano onde artistas, artesãos e
comerciantes coabitam harmonicamente. Os milaneses
são fechados e distantes? Isso também não bate com a
minha experiência. Sempre tive lá bons amigos.
Graças a eles pude conhecer uma outra Milão e é por
ela que gostaria de passear com vocês.
8h00 O seu dia
pleno em Milão pode começar na Porta Veneza, um dos
mais antigos portões da cidade. É em torno dela que
estão localizados os Giardini Publici 1, parque
freqüentado pelos milaneses para o jogging matinal,
e o belo Giardino della Comune, todo em estilo
inglês, onde aos domingos são tradicionalmente
realizados casamentos civis. Na mesma calçada fica o
Museu de Arte Moderna.
9h00 O passeio matinal
despertou sua fome? Bem, um dos lugares mais
charmosos para tomar um café da manhã, ou mesmo para
um brunch no domingo, fica logo ali no Viale Piave,
42. É o Hotel Diana Magestic 2, construído em 1909 e
que teve sua fachada e interior no estilo art déco
recentemente renovados.
10h00 Ao sair do
Magestic, pegue a Corso Venezia e vire na Via Senato
até encontrar o começo da Via Pontaccio, uma alegre
caminhada de uns 15 minutos que levará você
diretamente a Brera 3, um dos mais antigos bairros
Uma viagem no avião
presidencial obedece a todo um cerimonial: o
presidente entra por último e sai primeiro, enquanto
os passageiros começam o vôo na parte de trás. Só
encontra com o presidente quem for chamado para
falar com ele. A conversa é cordial e bastante
informal, como na entrevista exclusiva de FHC a
Ícaro Brasil. Aprimeira coisa que o repórter mostrou
ao presidente Fernando Henrique Cardoso, antes de
começar a entrevista sobre viagens e lugares, foi o
pôster publicado na edição de maio de Ícaro Brasil,
com o desenho de todos os aviões dos 75 anos da
VARIG, o que o levou de imediato a dar a sua receita
editorial para revista de bordo: “Tem de ter leitura
que distraia, que não leve problemas”. Examinando em
seguida os vários aviões, identificou o DC-3 como o
primeiro em que voou, na rota Rio–São Paulo, há 50
anos. Quando mudou para a capital paulista, FHC
tinha apenas 9 anos. Mas voltava muitas vezes ao Rio
nas férias, quando Aprimeira coisa que o repórter
mostrou ao presidente Fernando Henrique Cardoso,
antes de começar a entrevista sobre viagens e
lugares, foi o pôster publicado na edição de maio de
Ícaro Brasil, com o desenho de todos os aviões dos
75 anos da VARIG, o que o levou de imediato a dar a
sua receita editorial para revista de bordo: “Tem de
ter leitura que distraia, que não leve problemas”.
Examinando em seguida os vários aviões, identificou
o DC-3 como o primeiro em que voou, na rota Rio–São
Paulo, há 50 anos. Quando mudou para a capital
paulista, FHC tinha apenas 9 anos. Mas voltava
muitas vezes ao Rio nas férias, quando p fretomava
por algum tempo a sua condição de menino de praia,
orgulhoso e feliz habitante de Copacabana, primeiro
na Rua Barata Ribeiro, depois, na Constante Ramos.
Radicado em São Paulo, continuou freqüentador
assíduo da casa do pai, na Rainha Elizabeth com
Conselheiro Lafayette, entre o Posto 6 e o Arpoador.
Hoje o presidente coleciona uma respeitável
quantidade de horas voadas, em 320 viagens nacionais
e 90 internacionais, até o início de junho último.
FHC entra no avião como se estivesse em casa, sem
nenhuma preocupação, embora admita que nos primeiros
vôos que fez na vida teve medo: “Mas isso passou faz
30 anos. De tanto voar, não sinto nem jet lag”. O
presidente se entusiasma quando define o avião
presidencial Boeing 737 em que está voando, usado
para as viagens mais curtas: “É um modelo 200, por
isso barulhento, mas de grande regularidade. Com ele
nunca me atrasei num compromisso. Tem cama espaçosa,
onde já dormi várias vezes, mas não tem chuveiro. Ao
contrário do “sucatão”, muito confortável, onde se
pode tomar um bom banho”. O chamado “sucatão” é o
Boeing 707 fabricado em 1958 e colocado fora de ação
depois que uma turbina pegou fogo, com o
vice-presidente Marco Maciel a bordo. Considerando
tal episódio, FHC aconselha o próximo presidente a
comprar um avião novo para as longas viagens
internacionais, argumentando: “O Brasil ficou país
importante, então presidente tem de viajar, ministro
também: precisa ver comop fviajam os presidentes
europeus...” Quanto à frota para vôos nacionais,
acredita que os dois 737 atuais, “muito bem cuidados
pela FAB”, ainda podem ser utilizados bastante. Mas,
segundo ele, um aparelho novo traria bom reforço,
“como o último avião da Embraer, fabricado no
Brasil, para 70 passageiros”. Ronaldinho Gaúcho na
platéia O presidente se entusiasma quando começa a
falar das viagens internacionais. Informa que a sua
primeira ida ao exterior foi para a França, com
escala em Portugal. Foi estudar na Sorbonne, época
em que “eu não poderia nem pensar em entrar na
Assembléia Francesa, quanto mais falar lá”. Mas
acabou falando, muitos anos mais tarde, em francês,
e hoje guarda esse episódio com muito carinho na
memória: “Aqueles franceses caplaudindo de pé, no
meio do discurso, quase incessantemente... Ali
estava o primeiro-ministro, três ex-ocupantes do
mesmo cargo e todo o gabinete”. Ronaldinho Gaúcho
também se encontrava lá, falando francês, com apenas
dez meses de Paris: “Fez mais sucesso que eu: até
Jospin (então primeiro-ministro) queria tirar foto
com ele”, concede o presidente. Num almoço que
ofereceu no dia seguinte, o presidente Chirac disse
a FHC que a maior ovação de que tinha memória na
Assembléia da França fora a sua. FHC também destaca
Londres, onde ficou hospedado no p fPalácio de
Buckingham, como a recepção mais majestática e
sofisticada de que tem memória
Tricampeão no iBest 2002.
Pela terceira
vez consecutiva, o site VARIG - www.varig.com.br
recebeu o Prêmio iBest 2002. Ele foi eleito o melhor
na categoria Meios de Transporte por profissionais
de comunicação e internet, participantes do Júri
Oficial. O reconhecimento consolida a notoriedade
que a empresa alcançou no meio eletrônico,
disponibilizando serviços para uma parcela cada vez
maior de pessoas que utilizam a internet em seu
dia-a-dia. Atualmente, o cliente que acessar o site
VARIG tem a sua disposição, dentre outros serviços,
a compra do bilhete eletrônico para todos os vôos
domésticos, timetable, localização online de
bagagem, além da informação de pouso e decolagens
das aeronaves.
Artfix
adesiva avião da seleção.
Esta é uma
grande vitória da parceria entre a VARIG e a Artfix.
Contatada pela VARIG por ser uma das maiores
empresas de impressão e instalação de adesivos do
Brasil, a Artfix decorou o avião utilizado para
transportar a seleção brasileira para a Copa do
Mundo da Coréia/Japão, com uma técnica inovadora. Os
adesivos foram impressos em uma máquina digital de
alta definição e receberam um verniz especial para
proteger as imagens do atrito com o ar em alta
velocidade. Com a garantia de seis meses, a VARIG
pode comercializar os espaços na fuselagem por
longos períodos, sem prejuízo para os anunciantes.
Com o lançamento dessa nova mídia, até o momento 12
aeronaves (entre VARIG, Rio Sul e Nordeste) foram
adesivadas pela Artfix.
Vôo
Rio–Frankfurt.
Agora você
pode voar do Rio para Frankfurt diariamente e sem
escalas com todo o conforto da VARIG. Iniciado em 14
de junho, os vôos partem do Rio de Janeiro, entre
domingo e sexta-feira, às 22h10 e, aos sábados, às
16h10. Na volta de Frankfurt, a saída de
segunda-feira a sábado é às 22h30 e, aos domingos,
às 11h30. Esse vôo também facilita seu acesso a
diversas cidades da Europa.
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