Uma das boas notícias com que iniciamos o ano 2000 é bem visível e muitos passageiros talvez até já tenham usufruído dela. Trata-se de mais um Boeing 737-500 que veio este janeiro enriquecer a moderna frota da empresa. Mas há um outro fato positivo que, embora menos perceptível à primeira vista, é de uma decisiva importância para o sucesso de uma empresa aérea. É a pesquisa que a Rio Sul vem desenvolvendo junto a seus clientes no sentido de se antecipar a todas as suas expectativas, mesmo àquelas mais sugeridas que faladas.

Não se trata de uma pesquisa formal, feita uma vez só num determinado momento. Nosso trabalho se revela mais precioso como fonte de informação e tomada de decisões na medida em que está sendo continuamente feito pelas equipes que mantêm contato direto com os clientes. Acreditamos que só assim é possível detectar, mesmo por um gesto, uma queixa genérica, um ato falho ou uma brincadeira, tudo aquilo que, às vezes até inconscientemente, este passageiro está esperando e não verbaliza.

Hoje, quando tanto se fala em mudanças na aviação para garantir mais direitos ao passageiro, esse nosso paciente trabalho de escuta e antecipação ganha um significado muito especial. É por meio dele que, independentemente das legislações e controles externos, podemos nos antecipar com carinho e eficiência ao que de fato é melhor e mais justo para o cliente.

Percy Rodrigues
Presidente da Rio Sul Linhas Aérea

O Outro Nordeste
Famosa pelo turismo, a região já se orgulha de índices econômicos animadores e uma surpreendente produção industrial
 

São os agitos de Porto Seguro, as dunas de Natal, as ousadias de Tambaba, a famosa praia de nudismo da Paraíba, mais as variadas delícias de Fernando de Noronha: hoje, no Brasil e mesmo fora dele, Nordeste virou sinônimo de turismo à beira-mar. Para Mauro Viotti, gerente comercial da Nordeste Linhas Aéreas, a fama é merecida, mas seu entusiasmo pela região vai além: “O Nordeste vive agora uma efervescência econômica e industrial que tem tudo para surpreender o Brasil nos próximos anos. Ninguém nega a beleza das praias cearenses, mas poucos sabem que o Estado, além de uma forte indústria de tecido e calçados, anualmente exporta 140 milhões de dólares em castanha de caju”.

Sobre sua mesa, na sede da empresa em Salvador, manchete de primeira página da Tribuna da Bahia parece concordar com sua visão de um novo Nordeste: Indústria baiana tem o melhor desempenho do país. Segundo dados da Federação das Indústrias, em 1999 a indústria de transformação cresceu 16,56% no Estado, especialmente nos setores de química, metalurgia, papel e celulose. Em Camaçari, a Ford está construindo a maior montadora de carros da América Latina.

Mas Viotti tem outros dados que fundamentam seu otimismo. Na Paraíba, graças a um bem conduzido programa de incentivos, mais de 60 empresas ampliaram seus negócios, elevando em 5,2% o PIB do Estado, hoje em torno de US$ 10 bilhões. Grandes empresas que investiram no Estado, como, no setor de calçados a São Paulo Alpargatas, já com três unidades industriais, e a Samello, que está inaugurando sua primeira fábrica, se declaram satisfeitas com a mão-de-obra e a infra-estrutura da região. Outras empresas, como a Cimepar, Cia. Paraíba de Cimento Portland, do Grupo Brennand, estão aumentando e modernizando sua capacidade produtiva.

O Vale do São Francisco é outro belo símbolo de um novo Nordeste possível, o que se reflete na modernização do aeroporto de Petrolina, recentemente ampliado por causa de seu perfil cargueiro. Ele é o centro nevrálgico da intensa exportação das frutas produzidas no Vale, que em 1999 alcançaram US$ 70 milhões, 23% da produção brasileira vendida no exterior. O aeroporto conta agora com uma pista de três quilômetros, capaz de receber grandes cargueiros, mais um terminal frigorífico que pode armazenar até 200 mil caixas de frutas. Só o setor de frutas movimenta anualmente US$ 430 milhões em Petrolina.

Para Viotti, a Nordeste não só reflete como ajuda a viabilizar essa efervescência integrando o interior e as capitais, acompanhando de perto a movimentação das empresas, seus executivos e fornecedores. A própria empresa, lembra ele, é parte viva desse crescimento. Sua receita anual passou de R$ 13 milhões em 1994, quando foi adquirida pela Rio Sul, para os R$ 137 milhões do último balanço.

Apesar do nome, a empresa transcende o Nordeste. Além do grande tronco nacional que é São Paulo, a vasta malha da Nordeste inclui pontos tão distantes como a Ipatinga das grandes siderúrgicas, em Minas Gerais, até Macapá, no Amapá, um surpreendente pólo de desenvolvimento no Extremo Norte do Brasil.

“A Nordeste”, conclui Viotti, “orgulha-se de ter uma vivência minuciosa e privilegiada de regiões cujo progresso o resto do país às vezes nem imagina”.